CAMINHOS AMPLIADOS
Inaugurado em 1966, o parque infantil do Clube Espéria em São Paulo era um labirinto de concreto, e propunha aos brincantes uma redução dos elementos e uma ampliação da experiência. Para o artista Waldemar Cordeiro sua obra era uma concepção conjunta que encontrava coerência pelas teorias visuais, principalmente através dos princípios de similaridade e proximidade da gestalt.
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Entretanto, ela deveria oferecer caminhos ampliados à percepção não apenas visual, e sim na própria interatividade com o público, ultrapassando as noções vigentes do concretismo paulista, do qual era um dos líderes. As suas práticas estéticas assim se tornaram também parte de experimentos sociais e ecológicos, envolvendo educação, arquitetura, paisagismo, design e tecnologia.
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A coreógrafa e bailarina Analívia Cordeiro relembrou o legado pioneiro do artista no painel ocorrido em 2009 no MIS/SP "Arte, ecologia, design e tecnologia no Brasil", disponível no Fórum Permanente. Na sua fala, ela fez uma costura pouco usual das interconexões entre o trabalho urbanístico, paisagístico, plástico e tecnológico de Waldemar Cordeiro reunindo de forma inusitada as palavras chaves do painel: arte, ecologia, design e tecnologia.
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Imagem: Waldemar Corediro, projeto executado do Parque infantil do Clube Esperia, Marginal Tietê, São Paulo, 1963-66.