Artistas participantes
Os artistas envolvidos em Dois vazios possuem um histórico de produções dedicado a regiões hermas e distantes. Misto de ação performática e documentário, de captação do real e de criação de realidades, esta produção sempre se assentou sobre o ambiente e a paisagem e sempre procurou dissolver os contornos nítidos e bem assentados do campo das artes plásticas –, procurando estabelecer relações de contaminação com outras linguagens.
ANDRÉ SEVERO – Nascido em 1974, em Porto Alegre, RS. André Severo vive e trabalha em Porto Alegre. Mestre em poéticas visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou, em 2000, ao lado de Maria Helena Bernardes, as atividades de AREAL,projeto que se define como uma ação de arte contemporânea deslocada que, partindo de descampados físicos e conceituais expandidos e transitando entre a concretude do cenário natural e a intangibilidade da produção artística, entre o deslocamento do corpo sobre a paisagem e o trânsito do pensamento por contextos e culturas distintas, configura uma aposta em situações transitórias capazes de desvincular a ocorrência do pensamento contemporâneo dos grandes centros urbanos e de suas instituições culturais. Em 2004 publicou Consciência errante, quinto volume da série Documento Areal que busca contribuir com o eixo das reflexões contemporâneas sobre o estabelecimento de um intenso diálogo a respeito das fronteiras que conformam os processos de conhecimento que possibilitam a existência da arte
ISMAEL PORTELA – Nascido em 1962, em Recife, PE. Ismael Portela vive e trabalha em Olinda. Formou-se em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Pernambuco. Desde os anos 90 desenvolve trabalhos de escultura, instalação, vídeo e vídeo instalação que travam um forte diálogo com o ambiente do nordeste do Brasil. Sua pesquisa artística gira em torno do intercâmbio geográfico e cultural e revigora o tema da transformação das formas imediatas de associação entre arte e realidade. Co-fundador do grupo Camelo, Ismael Portela realizou pesquisas que propiciavam a troca de informações e a divulgação pública de experiências artísticas e reflexivas que se inclinavam a tratar a problemática da produção e disseminação artística atuais. Participou de várias mostras no Brasil e no exterior, entre as quais o Projeto Rumos Visuais – Itaú Cultural: Vertentes Contemporâneas em 2001, o Panorama da Arte Brasileira MAM-SP em 2001 e o Projeto Avenida Liberdade, Museu Het Domein, Holanda.
MARCELO COUTINHO – Nascido em 1968, em Campina Grande , PB, Marcelo Coutinho vive e trabalha em Recife. Formou-se em Artes Plásticas, é professor do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE e Mestre em Comunicação pela mesma universidade. A partir de 1997, seu trabalho concentrou-se em torno da criação de palavras que procuram definir sensações avessas ao código pré-estabelecido da língua herdada. Foi artista contemplado com a Bolsa de Fomento a Pesquisa em Artes Visuais FUNDARPE, PE em 2005, desenvolvendo o vídeo RAAR, no qual percorreu todo o circuito degradado da antiga ferrovia Great Western no estado de Pernambuco. Em 2004 foi a rtista contemplado com a Bolsa Vitae de Artes Fundação Vitae, SP desenvolvendo o vídeo Arra-Alexandria que teve como paisagem a cidade de Alexandria, alto sertão do Rio Grande do Norte. Atualmente é doutorando do Programa de Pós Graduação em Poéticas Visuais da UFRGS.
PAULA KRAUSE – Nascida em 1977, em Canela, RS. Paula Krause vive e trabalha em Porto Alegre. Artista, pequisadora e mestre em poéticas visuais pelo PPGAV do Instituto de Artes da UFRGS. Vem desenvolvendo uma pesquisa em performance da qual o resultado mais recente é uma compilação de vídeos editados a partir de ações por ela realizadas. Sua dissertação, intitulada Auto-experiência: a prática artística como imagem, projeção e intuição de si, foi realizada a partir de experiências calcadas na transformação permanente do pensamento e do gesto artístico que incitam ao fundamento de um envolvimento mais estreito consigo, com a arte e com o outro e teve por objeto de estudo experiências corporais que migravam da fixidez objetual ou expositiva para um campo aberto da ação artística performatizada Também participa do grupo de pesquisa Veículos da Arte - CNPq, coordenado pelo Prof. Dr. Hélio Fervenza – UFRGS.