Circuitos Compartilhados

relatório situacional 1

Nessa primeira fase de realização do projeto Circuitos Compartilhados estão sendo priorizadas algumas ações que envolvem o acesso a videoregistros de coletivos de artistas cujos trabalhos requerem uma pré-produção mais complexa e um diálogo mais detalhado com seus proponentes.


Esses objetivos começaram a ser alcançados após estada de 2 semanas em Porto Alegre. Lá estive  como hóspede na residência de Claudia Paim, onde fui generosamente recebido.


A referida complexidade na interlocução refere-se a características específicas das ações de alguns desses coletivos. Por um lado, há iniciativas constituídas também em intenso processo coletivo (assim como o próprio projeto Circuitos Compartilhados), a exemplo do Torreão, cujo vídeo Torreão-intervenções é composto de registros de 82 intervenções ocorridas nesse espaço durante os quase 15 anos de sua existência, e evidenciou-se a necessidade de um ajuste prévio  de liberações de uso de imagem e áudio entre os próprios participantes do projeto e seus coordenadores. Conversações com Jailton Moreira e Élida Tessler foram estabelecidas nesse sentido e o projeto Circuitos Compartilhados está como facilitador na elaboração de uma trilha sonora original para o vídeo,  a cargo do músico Fernado Mattos, assim como apoiador na busca de licenças de uso de imagem.


Por outro lado, também começaram a ser acessadas iniciativas cujas produções reportam a um período da história recente, visando reforçar articulações conceituais e transgeracionais do acervo.  Nesse sentido, conversações foram e continuam sendo empreendidas com artistas associados ao Nervo Óptico e Espaço N.O, especialmente Vera Chaves Barcellos e Clóvis Dariano, e num processo ainda inicial, também com Carlos Pasquetti. Em alguns desses casos surge a necessidade de conversões especiais de mídia, objetivando-se a digitalização. Para além desse recorte temporal associado ao final dos 70 e início dos 80, as atuações posteriores desses artistas  também interessam ao projeto, acarretando na busca da inclusão de participações da Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB) e da filmografia de Clóvis Dariano.


As conversações na cena gaúcha estenderam-se também aos artistas do grupo Arena e Areal – Maria Helena Bernardes, André Severo e Melissa Flôres. Acordamos pois a inclusão de uma compilação especial de registros de ações desses projetos dentro da mostra, a qual está sendo editada a partir de materiais anteriormente realizados. Contatos também foram feitos com artistas dos recentes  grupos P.O.I.S (especialmente com Claudia Paim, Marcelo Gobatto e Luciano Zanette) e do grupo O Mergulho (Camila Mello, Manuella Eichner, Jorge Soledar, Ali Konder).


Para além desses encaminhamentos iniciais focados numa geografia específica, outras conversas já estão também em andamento com os grupos Camelo, do Recife  (a partir de conversas tidas até o momento com 2 de seus membros - Paulo Meira e Oriana Duarte); 3Nós3, de São Paulo (a partir de conversas com Mário Ramiro); e Sensibilizar, de Curitiba (a partir de conversas com Sérgio Moura). No caso desses 3 grupos, e também do Nervo Óptico, FVCB, Clóvis Dariano, Arena/Areal e O Mergulho destaco ainda que o acesso a essas respectivas produções em audiovisual relaciona-se com a meta de atualização do acervo prevista no projeto, visto que essas iniciativas ainda não faziam parte da mostra Circuitos em Vídeo.


Goto, epa!, Curitiba, 25/01/2008