Quais são as origens coloniais do museu?
Descubra a história colonial dos museus e entenda a crítica de Françoise Vergès em novo livro.
Da mesma autora de Um feminismo decolonial e Uma teoria feminista da violência, conheça Decolonizar o museu, novo livro de Françoise Vergès que será enviado no Circuito Ubu. Assine o plano mensal até 15/9 e receba
A palavra museu vem do grego mouseion, nome de um templo dedicado às musas, construído na colina de Helicon, em Atenas. No século XIV, surgem na Europa as primeiras coleções de príncipes. Na Roma renascentista, as coleções de pinturas e esculturas são frequentadas por nobres, artistas ou ricos viajantes.
No século XVII, proliferam os cabinets de curiosités, coleções particulares de objetos curiosos recolhidos em viagens de exploração, por exemplo. Sinal de riqueza e marcador de poder, as coleções não param de crescer.
Foi a Revolução Francesa que trouxe a ideia de um museu público, fundamentado no humanismo herdado do Iluminismo. As obras e objetos acumulados ao longo dos séculos pela coroa, pela nobreza e pela Igreja devem agora instruir o povo e participar na emancipação da Nação.
Entretanto, acumulam-se os tesouros arrancados dos países conquistados pela República e pelo Império de Napoleão.
Em Decolonizar o museu, Vergès propõe o desmantelamento da estrutura de tais instituições e sua substituição por outras formas de gerir, apresentar e distribuir as riquezas culturais que elas detêm.