Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Notícias 2021 / 05 / Cápsula 2 — com Denilson Baniwa — A mátria contra o Estado piromaníaco

Cápsula 2 — com Denilson Baniwa — A mátria contra o Estado piromaníaco

Galeria Jaqueline Martins, em 08/05/2021.
Cápsula 2 — com Denilson Baniwa — A mátria contra o Estado piromaníaco

Denilson Baniwa, Amáka (2020) - resíduos de incêndio e vidro / fire residues and glass | photo: Isabella Matheus

Cápsula 2
A mátria contra o Estado piromaníaco
convidado: Denilson Baniwa


SUBSCRIÇÃO / SUBSCRIPTION
SAIR DA LISTA / LEAVE LIST

Cápsula é um programa elaborado com o intuito de reunir pensadores e ativistes para abordar temas sujeitos a dissensos na atualidade e, em particular, na sociedade brasileira. Contando com váries convidades das mais diversas práticas e disciplinas, essa série de encontros pretende proporcionar um espaço de reflexão, assim como oportunidades de estabelecer inter-relações e posicionamentos institucionais.

A sucessão de incêndios que atingem acervos no Brasil já deixou um aviso claro: sua ocorrência não é acidental, mas fruto de um sucateamento sistêmico. Após a destruição em 02/09/2018 do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, o prédio da reitoria da UFRJ, contendo o núcleo de documentação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), é sua vitima mais recente. A quem interessa a “queima de arquivos”?

De que maneira as cinzas, testemunhas de memórias silenciadas por esse “Estado piromaníaco”, permitem abrir um diálogo com seus herdeiros legítimos? Para além da crítica colonial, como ativar outras lógicas de sentido para o fogo?

Um grande paradoxo define a invenção dos museus: sua vocação como guardiã de bens culturais e sua identidade erguida a partir de saques ou apropriações forçadas. Acervos roubados ou “doados” representam a cultura de povos originários ou são procedimentos de “totemização”?

Temas como “direito ao luto e funeral de objetos” e “ajuri” (trabalho em equipe entre curadoria e indígenas), e outros, serão abordados nessa dupla jornada, em que o artista e ativista indígena Denilson Baniwa abre um campo de possibilidades para constituir acervos, incluindo novas narrativas críticas, e iniciar a árdua tarefa de superação de traumas que aguardam reparação.

Organização: Mirtes Marins de Oliveira, Lisette Lagnado e Jaqueline Martins
Convidado: Denilson Baniwa
Datas: 22 e 29 de maio (sábados)
Horários: 11h às 12h30 (horário Brasília)

Investimento em Cápsula 2: R$ 450,00
Inscrições e informações:
[email protected]

Sobre o artista: nascido em Barcelos, no interior do Amazonas, Denilson Baniwa é indígena do povo Baniwa. Atualmente, vive e trabalha em Niterói, no Rio de Janeiro. Como ativista pelo direito dos povos indígenas, realiza, desde 2015, palestras, oficinas e cursos, atuando fortemente nas regiões sul e sudeste do Brasil e também na Bahia. Em 2018 realizou a mostra “Terra Brasilis: o agro não é pop!”, na Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense, também em Niterói, como parte do projeto “Brasil: A Margem”, promovido pela universidade. No mesmo ano, participou da residência artística da quarta edição do Festival Corpus Urbis, realizada no Oiapoque, no Amapá. Esteve em exposições no CCBB, Pinacoteca de São Paulo, CCSP, Centro de Artes Hélio Oiticica, Museu Afro Brasil e Bienal de Sidney. Denilson é também publicitário, articulador de cultura digital e hackeamento, contribuindo construção de uma imagética indígena em diversos meios como revistas, filmes e séries de tv. Em 2019, foi indicado ao Prêmio Pipa e venceu a categoria online do Prêmio.