Itaú Cultural lança painel de dados sobre economia criativa
O Observatório do Itaú Cultural lança nesta segunda-feira, dia 13, a primeira plataforma digital do país inteiramente dedicada à análise de dados da cultura e da economia criativa. O projeto, desenvolvido em conjunto com o pesquisador Leandro Valiati, do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vai fornecer aos visitantes um arsenal de dados sobre estes setores, em três grandes eixos: emprego/empresas, financiamento público e importação e exportação de produtos e serviços.
O painel agrega dados de diferentes fontes oficiais de informação como PNAD Contínua, RAIS (Ministério da Economia), Pesquisa Anual de Serviços (PAS – IBGE), Pesquisa Industrial Anual (PIA – IBGE), Pesquisa Anual de Comércio (PAC – IBGE) e SICONFI (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro), entre outros repositórios de indicadores.
No total, o projeto processou aproximadamente 10,4 milhões de dados. Este conjunto gera 879, 9 mil dados sobre os setores criativos para consulta dos usuários.
Na plataforma, o visitante encontrará um ambiente intuitivo, amigável e ferramentas para analisar informações de 16 diferentes variáveis, criando séries históricas, quadros comparativos e recortes por ano, região, estados e setores específicos de atividade, permitindo a geração de painéis sobre a economia criativa, que representa 4% da receita bruta total da economia brasileira.
“A plataforma foi construída para suprir a lacuna de informações sobre a economia criativa e subsidiar o trabalho de pesquisadores, agentes de mercado, jornalistas e formuladores de políticas públicas para o setor, que antes do advento da pandemia do novo coronavírus empregava mais de 4,9 milhões de trabalhadores no país”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.
A plataforma, que será atualizada permanentemente, não é apenas um repositório de dados. A metodologia que dá suporte ao projeto foi inspirada na atuação e nos estudos do Departamento de Cultura, Mídia e Esporte (DCMS) do Reino Unido, que detectou potencial especial de geração de crescimento econômico nos setores que geram valor pela criatividade.
“Um dos diferenciais do Painel é que conseguimos estabelecer critérios claros de uso de capital intelectual criativo para definir os setores que fazem parte deste sistema econômico”, diz Valiati. “Isso vai contribuir decisivamente para lançarmos um olhar mais detalhado sobre a indústria criativa no país”.
O Painel é um esforço de agregação de dados de diferentes fontes a partir de uma metodologia coesa e validada internacionalmente – a intensidade criativa. São 16 variáveis construídas com base de dados das seguintes fontes:
⦁ PNAD Contínua – IBGE
⦁ RAIS – Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia
⦁ Pesquisa Anual de Serviços (PAS) – IBGE
⦁ Pesquisa Industrial Anual (PIA) – IBGE
⦁ SalicNet – Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania
⦁ Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – ANCINE
⦁ Painel do Orçamento Federal – Governo Federal
⦁ Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro – SICONFI
⦁ Comércio Internacional de Produtos – MDIC
⦁ Portal da Transparência
Sobre o Observatório Itaú Cultural
O Observatório Itaú Cultural foi criado em 2006 com foco na gestão, na economia e nas políticas culturais e promove, desde então, estudos e debates desses temas, estimulando a reflexão sobre a cultura em seus vários aspectos e analisando os indicadores nacionais. Amplia a sua atuação e alcance com seminários, cursos, encontros e palestras; uma linha editorial de livros e da Revista Observatório, disponíveis gratuitamente na web; a promoção de pesquisas sobre o campo cultural. Entre 2009 e 2019 realizou, ainda, um curso de especialização em gestão cultural em parceria com a Cátedra Unesco de Políticas Culturais, a Cooperação da Universidade de Girona, Espanha, e com o apoio da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).
Sobre Leandro Valiati
Economista, PhD em Economia do Desenvolvimento (UFRGS) e pós-PhD em Indústrias Criativas (Sorbonne-Paris 13). Professor de Indústrias Criativas e Economia da Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor e pesquisador visitante em: Universidade Queen Mary de Londres (Reino Unido); Universidade Paris 13 (Labex / ICCA / Sorbonne/ França) e Universidade de Valência (Espanha). Consultor em Indústrias Culturais e Criativas do Ministério da Cultura do Brasil, Ministério da Cultura da Argentina, UNESCO e OEI. Criador do Núcleo de Estudos em Economia Cultural e Criativa (NECCULT), tendo liderado, em 4 anos, 6 acordos internacionais (Brasil-Europa); 20 grandes projetos de pesquisa; 7 conferências internacionais; 12 livros e o projeto nacional de grande escala Atlas da Economia da Cultura. Conferencista internacional na Argentina, Brasil, Colômbia, Holanda, França, Itália, Espanha, Líbano, Suécia e Reino Unido. Principal e co-investigador em pesquisas acadêmicas internacionais financiadas pelo Ministério da Cultura do Brasil, AHRC (Reino Unido), ESCR (Reino Unido), Ministério da Cultura da França e Newton Funding (Reino Unido). Contemplado com o Newton Advanced Fellowship da British Academy (2018-2020). Integrante do Conselho Consultivo do Policy and Evidence Centre para as Indústrias Criativas (UK) Nesta / AHRC. Vencedor da chamada pública “Newton Advanced Fellowship – UK” em Indústrias Criativas (2018-2020). Recebeu em 2018 o título de “Exceptional Talent and Global Leadership em Indústrias Criativas” conferido pela British Academy do Reino Unido.
Para acessar o painel, clique aqui.
Fonte: https://www.culturaemercado.com.br/site/itau-cultural-lanca-painel-de-dados-sobre-economia-criativa/