I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESCOLAS DE ARTE DO PARQUE LAGE
Sexta, 1º de abril de 2016, das 17h às 21h
Sábado, 2 de abril de 2016, das 11h às 19h30
Vagas limitadas!
Inscrições: As inscrições serão realizadas pessoalmente e por ordem de chegada nos dias do evento.
Seminário com tradução simultânea. Entrada gratuita.
Coordenação acadêmica
Deborah Cook, Central Saint Martins, University of the Arts London
Lisette Lagnado, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro
Este Seminário, concebido pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro), é o primeiro de uma série de iniciativas que visam questionar e aprimorar as instituições de ensino da arte, seus diferentes programas curriculares e itinerários de formação.
Trata-se de mapear as especificidades de diversas escolas de arte (academias e universidades), incluindo também espaços não-formais de trocas (escolas livres ou residências dirigidas por artistas), a fim de diagnosticar carências, impasses e desejos coletivos, analisar modelos e partilhar experiências.
O objetivo desses encontros tem por finalidade levantar sugestões e propor mudanças que visam enfrentar a crescente tendência de homogeneização de estilos que caracteriza a paisagem globalizada do século 21.
Se existem, por um lado, fórmulas para criar produtos de mercado, por outro não há caminho certo que garanta a visibilidade e a legitimação de um jovem artista. Tanto especialistas em arte como educadores, artistas e os próprios estudantes, vêm questionando o aprendizado formal na era das indústrias criativas e da disseminação de imagens digitais.
Nesse sentido, poucos artistas se alinhariam hoje com Joseph Beuys (1921-1986), que considerou sua atividade como professor da academia de arte de Düsseldorf (Alemanha) como sendo sua maior obra. Será então possível ensinar arte e quais os requisitos ideais neste exato momento? Entende-se que esta pergunta deve ser recolocada periodicamente para poder acompanhar um cenário contemporâneo em contínua transformação.
O I Seminário Internacional de Escolas de Arte do Parque Lage acolhe a Central Saint Martins, University of the Arts London, prestigiado centro de formação no campo das artes, para fortalecer um diálogo internacional que possa colaborar na construção de uma plataforma regular de trocas de experiências.
DIA 1 – Sexta-feira, 1 de abril
16h às 17h | Inscrição e retirada de aparelhos para tradução simultânea
17h às 19h | Mesa: Além das escolas de arte
Mediação: Daniel Jablonski, EAV Parque Lage
Quais as contribuições de residências artísticas na formação de artistas e profissionais da cultura? Expectativas de programas de residência: Despina/ Largo das Artes, Rio de Janeiro; Residência Artística São João, Rio de Janeiro; Instituto Sacatar, Itaparica, Bahia; Lugar a Dudas, Cali (Colombia).
Participantes: Beatrice Vermeir, Carlotta Novella, Helena de Pulford e Sarah Crew, artistas formadas pela Central Saint Martins, University of the Arts London
Odaraya Mello (PAC I – 2015, EAV Parque Lage) e Ulisses Carrilho (PAC II – 2015, EAV Parque Lage)
19h às 19h30 | Intervalo
19h30 às 21h | Mesa: Programas de ensino e diretrizes da Central Saint Martins, University of the Arts London e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro
Mediação: Franz Manata, EAV Parque Lage
O que define a compatibilidade de um programa de formação artística com o mundo contemporâneo? E, ainda, como oferecer alternativas a estudos que geralmente exigem um investimento inacessível para a maioria dos candidatos? Diante desse panorama, qual o papel de uma universidade de arte e de uma escola livre na inserção e visibilidade do jovem no circuito sem deixar de atuar contra as pressões de um sistema artístico por demais institucionalizado?
Participantes:
Deborah Cook, Central Saint Martins, University of the Arts London
John Seth, Central Saint Martins, University of the Arts, London
Lisette Lagnado, EAV Parque Lage
DIA 2 – Sábado, 2 de abril
10h às 11h | Inscrição e retirada de aparelhos para tradução simultânea
11h às 13h | Mesa: Formação e indeterminação
Mediação: Cadu, EAV Parque Lage
Participantes:
John Seth, Central Saint Martins, University of the Arts London
Michel Foucault explica a ideia de heterotopia usando o exemplo do espelho para descrever o reflexo de um objeto que ao mesmo tempo existe e não existe. Uma das histórias de John Cage no álbum musical Indeterminacy [Indeterminação] relata a cena de uma performance com piano por Christian Wolff e justapõe o som da música com o som das ruas no trânsito além da janela. Estas duas cenas fornecem os pontos de partida de uma investigação sobre processo e heterotopia como práticas artísticas experimentais.
Mel Dodd, Central Saint Martins, University of the Arts London
Reflexão sobre o papel da arte e da educação na cidade contemporânea. Para muitos artistas e designers, intervenções site-specific no tecido urbano – indeterminadas, experimentais e temporárias – configuram momentos críticos. Como podem as instituições acomodar, nessas condições, ensino e aprendizado e qual a relação ética e cultural entre uma escola de arte contemporânea e sua contiguidade na vida da cidade?
Ligia Nobre, Escola da Cidade, São Paulo
Com o título “Experimentações”, esta apresentação visa explorar as possibilidades e impossibilidades de pesquisas e práticas estéticas e urbanas, individuais e coletivas, em diferentes espaços não formais de trocas e em faculdades de arquitetura e urbanismo.
13h às 15h | Intervalo para almoço
15h às 16h30 | Mesa: Estudos e práticas curatoriais (parte 1). Representações artísticas e políticas
Mediação: Daniel Jablonski, EAV Parque Lage
Participantes:
Shumi Bose, Central Saint Martins University of the Arts London
Numa paisagem cultural e imaterial indiscutivelmente nivelada por uma crescente globalização, a importância do estado-nação está em questão. Quão vital é a construção de identidade, tanto dentro como fora de sentimentos nacionais? Como vêm operando as infraestruturas contemporâneas, de oleodutos ao serviço online Airbnb, para ressaltar ou enfraquecer a força do estado-nação? Em que medida as linhas desenhadas no espaço (fronteiras, nacionais ou outras), em particular uma instituição artística como La Biennale di Venezia, são geradoras de autenticidade cultural e valor?
Luiz Camillo Osório, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
“É tanta coisa que não cabe aqui” discute a relação entre as manifestações políticas de rua de junho de 2013 e a representação artística no pavilhão brasileiro da Biennali di Venezia de 2015.
16h30 às 17h | Intervalo para café e lanche
17h às 18h30 | Mesa: Estudos e práticas curatoriais (parte 2): o conceito de história
Mediação: Lisette Lagnado, EAV Parque Lage
Baseada em sua prática como pesquisadora, editora e professora acadêmica na Central Saint Martins, Lucy Steeds reflete acerca do ensino e da narrativa das histórias de exposições de arte contemporânea, em particular na re-encenação de exposições históricas. Sua abordagem será apurada com a releitura de trechos esquecidos de importantes ensaios de Walter Benjamin, em diálogo com Mirtes Marins de Oliveira que fará pontuações precisas em torno das diferentes filosofias da história em Benjamin.
Participantes:
Lucy Steeds, Central Saint Martins, University of the Arts London
Mirtes Marins de Oliveira, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo
18h30 às 19h30 | Lançamento do livro: Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, eds. Lisette Lagnado e Pablo Lafuente (Londres: Afterall, 2015)
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Ficha técnica com biografias de todos os colaboradores
Cadu é doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor adjunto do Instituto de Artes da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), professor da PUC-Rio e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Artista representado pela Galeria Vermelho (SP).
Daniel Jablonski é artista, pesquisador independente e professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde atua também como membro da Comissão de Ensino desde 2016. Obteve o título de mestre em Filosofia contemporânea (Sorbonne – Panthéon) e em História da arte / História e Política do Museu e do Patrimônio (Institut National d’Histoire de l’Art / Columbia University). Integra a equipe curatorial da Residência Artística São João, na região serrana do Rio de Janeiro.
Deborah Cook é designer e professora, leciona em cursos de Pós-Graduação há 25 anos. Pesquisa os benefícios e efeitos de estudos em grupos interdisciplinares de pós-graduação em arte e design. Seu trabalho atual sobre aprendizado colaborativo investiga o papel da autoridade, a expertise e a criação de conhecimento no ensino.
Franz Manata é artista, curador e professor. Mestre em linguagens visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com formação em sociologia e economia, atua como consultor de arte para instituições públicas, coleções particulares e corporativas. É curador da exposição “Guilherme Vaz – Uma fração do infinito”, atualmente em cartaz no CCBB-RJ. Desde 1998, trabalha em duo com Saulo Laudares.
John Seth é artista e professor. Sua prática artística inclui trabalhos com vídeo, performance, desenho, escultura, fotografia e escrita. Pesquisa a relação entre aleatoriedade, indeterminação, improvisação e estrutura. Sua investigação é engajada em teoria crítica, incluindo políticas construtivas de improvisação e formação de subjetividade.
Ligia Nobre é arquiteta e pesquisadora, com atuação em projetos experimentais e plataformas colaborativas entre arte e arquitetura. Mestre em Histories and Theories pela Architectural Association School of Architecture (Londres) e doutoranda na Pós-Graduação em Estética e História da Arte (PGEHA) da Universidade de São Paulo (USP). Integra ‘O grupo inteiro’ e é professora na Escola da Cidade (São Paulo).
Lisette Lagnado é crítica de arte e curadora, doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi curadora-chefe da 27ª Bienal de São Paulo (Como Viver Junto, 2006). Desde 2014, dirige a Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage.
Lucy Steeds é editora da Afterall na série de livros Exhibition Histories e professora no curso de Pós-graduação Estudos de exposições na Central Saint Martins, Universidade de Artes de Londres. Suas publicações mais recentes incluem a edição de Exhibition para a série Documents of Contemporary Art(Whitechapel Gallery and The MIT Press, 2014).
Luiz Camillo Osorio é crítico de arte, doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) onde leciona. De 2009 a 2015, trabalhou como curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio). Em 2015, foi convidado a fazer a curadoria do pavilhão brasileiro da Biennale di Venezia.
Mel Dodd é diretora do curso Spatial Practices na Central Saint Martins. Foi professora de arquitetura na University of Cambridge, RCA e RMIT University em Melbourne. Sua pesquisa teórica e prática tem como foco a relação entre infraestruturas sociais e políticas, em ambientes construídos e projetos vivos que estão no limiar entre arte e arquitetura.
Mirtes Marins de Oliveira é doutora em Educação: História, Política, Sociedade (EHPS) pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Desde 2012, é docente e pesquisadora da pós-graduação (mestrado e doutorado) em Design na Universidade Anhembi Morumbi.
Shumi Bose é escritora de arquitetura, editora e educadora. Participa este ano da co-curadoria do pavilhão britânico da Bienal de Veneza de arquitetura de 2016 junto com Finn Williams and Jack Self. Shumi fundou, com Jack Self, uma nova revista independente de arquitetura chamada de Real Review, cujo anseio é “reavivar a crítica como uma forma de escrita”.
Artista e curador formados pela EAV Parque Lage
Odaraya Mello | Ulisses Carrilho
Artistas formadas pela Central Saint Martins, University of the Arts London
Beatrice Vermeier | Carlotta Novella | Helena de Pulford | Sarah Crew