Artistas-curadores da 33ª Bienal de São Paulo anunciam suas propostas expositivas
As sete mostras coletivas organizadas por eles irão compor o evento ao lado dos doze projetos individuais selecionados pelo curador geral Gabriel Pérez-Barreiro, divulgados previamente
Apontado pela Fundação Bienal de São Paulo para assumir a curadoria da 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas por sua proposta de organizar o evento a partir de um “sistema operacional” alternativo, Gabriel Pérez-Barreiro concebe uma Bienal que privilegia o olhar dos artistas sobre seus próprios contextos criativos e evita a realização de uma grande exposição temática em favor de experiências curatoriais múltiplas. Estas incluem, além dos doze projetos individuais já divulgados, mostras coletivas organizadas por sete artistas-curadores.
A partir de seu interesse em questões como repetição, narrativa e tradução, Alejandro Cesarco (Uruguai/EUA, 1975) realiza uma curadoria de obras de artistas que compartilham de suas inquietações conceituais e estéticas. Além de Cesarco, participam da mostra artistas de três diferentes gerações, entre os quais Sturtevant (EUA, 1924 – França, 2014), Louise Lawler (EUA, 1947) e Cameron Rowland (EUA, 1988).
Antonio Ballester Moreno (Espanha, 1977) aborda sua curadoria na 33ª Bienal como forma de contextualizar um universo baseado na relação íntima entre biologia e cultura, com referências à história da abstração e sua interação com natureza, pedagogia e espiritualidade. Dentre os participantes, encontram-se o filósofo e pedagogo Friedrich Fröbel (Alemanha, 1782-1852); Andrea Büttner (Alemanha, 1972); Mark Dion (EUA, 1961), que participa da Bienal com um projeto comissionado; e Rafael Sánchez-Mateos Paniagua (Espanha, 1979).
Para sua exposição, Claudia Fontes (Argentina, 1964) e artistas convidados apresentam trabalhos que ativam as aproximações entre artes visuais, literatura e tradução através de experiências que propõem uma temporalidade expandida, alternativa ao fetiche moderno da velocidade. Em um processo curatorial horizontal e colaborativo, todos os participantes, à exceção de Roderick Hietbrink (Holanda, 1975), desenvolvem obras comissionadas para a ocasião: Ben Rivers (UK, 1972), Daniel Bozhkov (Bulgária, 1959), Elba Bairon (Bolívia, 1947), Katrín Sigurdardóttir (Islândia/EUA, 1967), Pablo Martín Ruiz (EUA, 1964), Paola Sferco (Argentina, 1974), Sebastián Castagna (Argentina, 1965) e Žilvinas Landzbergas (Lituânia, 1979).
Mamma Andersson (Suécia, 1962) reúne um grupo de artistas que têm inspirado e nutrido sua produção como pintora. A seleção inclui uma ampla gama de referências, como ícones russos do século 15, os “outsiders” Henry Darger (EUA, 1892-1973) e Dick Bengtsson (Suécia, 1936-1989); e artistas contemporâneos como a cineasta Gunvor Nelson (Suécia, 1931) e o piloto de caça e artista sonoro Åke Hodell (Suécia, 1919-2000), entre outros. A exposição inclui também uma quantidade significativa de pinturas de Andersson, estabelecendo um diálogo vibrante entre sua obra e suas inspirações artísticas.
A curadoria de Sofia Borges (Brasil, 1984) parte de interpretações filosóficas sobre a tragédia grega para mergulhar em uma colagem de referências mitológicas. A mostra — que inclui obras de Jennifer Tee (Holanda, 1973), Leda Catunda (Brasil, 1961), Sarah Lucas (UK, 1962) e Tal Isaac Hadad (França, 1976), entre outros — será ativada, ao longo dos três meses de duração da Bienal por um programa de experimentações.
Waltercio Caldas (Brasil, 1946) propõe uma reflexão sobre a poética, a natureza das formas e das ideias e suas implicações na atividade artística desde o final do século 19. Inclui trabalhos de Victor Hugo (FRA, 1802-1885), Jorge Oteiza (ESP, 1908-2003) e Vicente do Rego Monteiro (BRA, 1899-1970).
Para seu projeto expositivo, composto exclusivamente por obras comissionadas, Wura-Natasha Ogunji (EUA/Nigéria, 1970) convidou as artistas Lhola Amira (África do Sul, 1984), Mame-Diarra Niang (França, 1982), Nicole Vlado (EUA, 1980), ruby onyinyechi amanze (Nigéria, 1982) e Youmna Chlala (Líbano, 1974) para criar, assim como ela, novos trabalhos em um processo curatorial colaborativo e horizontal. As produções das seis artistas conciliam aspectos íntimos a épicos, e são afetadas por suas histórias individuais e pelas complexas relações que mantêm com suas terras, nações e territórios.
Credenciamento para imprensa e profissionais
Continua aberto o credenciamento para profissionais e imprensa no portal da Fundação Bienal de São Paulo:
Preview para a imprensa: 4 de setembro [acesse o credenciamento]
Preview para profissionais e convidados: 5 e 6 de setembro [acesse o credenciamento]
International Weekend: 21 a 23 de setembro
33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas
de 7 de setembro a 9 de dezembro de 2018
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera