Curador Tadeu Chiarelli será novo diretor artístico da Pinacoteca
Em reunião do conselho na noite desta segunda (27), a Pinacoteca do Estado de São Paulo escolheu Tadeu Chiarelli como novo diretor artístico do museu.
Chiarelli, ex-diretor do Museu de Arte Contemporânea da USP, tomará posse no ano que vem. Ele sucederá Ivo Mesquita. Segundo a Folha apurou, Mesquita foi demitido por uma decisão do conselho administrativo da Pinacoteca, presidido pelo colecionador José Olympio Pereira.
Mesquita permanece no cargo até a chegada de Chiarelli e confirmou sua saída. De acordo com funcionários e conselheiros do museu, havia um desgaste entre Mesquita e diretores das áreas financeira e de relações institucionais, já que a direção do museu é dividida entre esses três departamentos, cada um com poder igualitário.
Esse conflito interno, segundo funcionários e conselheiros ouvidos pela Folha, vem se arrastando há pelo menos seis meses e se agravou nas últimas semanas. Mas a gota d'água para a saída de Mesquita, segundo conselheiros, foi a intransigência em diminuir o orçamento do ano que vem, que poderia levar à quebra do museu.
No cargo há dois anos, Mesquita assumiu a posição com a saída de Marcelo Mattos Araújo, atual secretário estadual da Cultura, que antes exercia sozinho as funções de três profissionais.
Antes da saída de Mesquita, Miguel Gutierrez, da área financeira, deixou o museu, há um mês, para assumir esse departamento no Masp, o que sinaliza um desmantelamento da atual direção técnica e financeira da Pinacoteca.
Curador respeitado no circuito brasileiro e internacional, Mesquita era o braço direito na direção da Pinacoteca quando o museu estava sob o comando de Marcelo Araújo, tendo começado como coordenador da área de pesquisa em história e crítica de arte, há sete anos.
Ao lado de Ana Paula Cohen, ele foi curador da Bienal de São Paulo de 2008, conhecida como a Bienal do Vazio, polêmica edição que deixou um andar inteiro do pavilhão sem obras e foi alvo de ataques de pichadores.
Mesquita também já foi diretor artístico do Museu de Arte Moderna de São Paulo, de 2000 a 2002, e da Fundação Bienal, onde trabalhou nos anos 1990.
Mariana Martins/Folhapress |
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