Nova fase em Inhotim
Inspiração para outras instituições
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Também estão nos planos do museu a criação de um programa de residência artística para fomentar o intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros e a inauguração de um setor editorial para a publicação de catálogos e outros materiais que disseminem o conhecimento produzido ali.
Em fase embrionária está o projeto "Inhotim Digital", que pretende dar acesso virtual ao acervo do museu.
Lucas Pessôa espera que o programa inspire outras instituições a repensar suas estruturas de governança e captação de recursos:
-O ideal é que instituições culturais se programem com anos de antecedência, mas no Brasil às vezes só é possível se planejar por alguns meses. Nosso acordo com a Vale é inédito porque assegura doações por dez anos. O sistema de match-making é inovador, atrai novos patrocinadores e nos ajuda a pulverizar a receita.
Inhotim tem buscado diversificar as fontes de renda. Em 2021, apenas R$ 18 milhões da receita não vinham do patrocinador original, a Itaminas. Este número deve chegar a R$ 60 milhões em 2023, mas ainda é insuficiente para cobrir o orçamento anual da instituição, que gira em torno de R$ 70 milhões, destaca Pessôa. O número de frequentadores também vem crescendo: de 102.900 em 2022 para 223 mil no ano passado. Desde janeiro, 20 mil pessoas já visitaram o museu de graça. Com a gratuidade às quartas, espera-se que esse número ultrapasse
60 mil até o fim do ano. (Ruan de Sousa Gabriel, com colaboração de Nelson Gobbi)