Guggenheim no Rio sobe para R$ 634 mi
A breve passagem de Thomas Krens, presidente do museu Guggenheim, pelo Rio de Janeiro, na sexta passada, revelou um substancial aumento no valor da filial do museu: em vez dos US$ 150 milhões estimados inicialmente, o custo irá se aproximar a US$ 200 milhões (R$ 634 milhões), revelou Krens ao prefeito Cesar Maia.
Segundo Maia, "o projeto de Nouvel, por sua sofisticação e criatividade, é que definiu esses custos europeus". O prefeito acredita que os valores podem ser reduzidos, já que o estudo de viabilidade para a construção do museu, para o qual a prefeitura do Rio desembolsou US$ 2 milhões, está sendo feito na Espanha. O estudo leva em conta "as informações das empresas daqui e de lá", afirma Maia. Portanto, quando confrontados com os valores de construção no Brasil, os preços poderiam cair, efeito que o prefeito chama de "tropicalização dos custos".
Maia tenta ainda negociar a forma de pagamento do direito de uso do nome Guggenheim, estimado em US$ 20 milhões, que no caso da Espanha, em Bilbao, foram pagos à vista. "Estamos discutindo, tanto pode ser pago a prazo quanto haver compensações", afirma o prefeito.
Na reunião, foi solicitado ainda o prolongamento do prazo final para a entrega do projeto do arquiteto Jean Nouvel, escolhido para desenhar o novo museu, no Píer Mauá. Agora, o prefeito espera que seja possível assinar o contrato com o Guggenheim em novembro.
Apesar de já ter sido revelado a grupos restritos no Rio, o projeto de Nouvel ainda não é publico. Sabe-se que sua entrada será por um aquário e que ele irá apresentar cinco espaços expositivos para diferentes coleções: de arte contemporânea brasileira, arte contemporânea internacional, multimídia, arte clássica e esculturas. Para o acervo de arte brasileira, o prefeito espera economizar os já anunciados US$ 12 milhões na compra de obras. Ele afirma que negocia com colecionadores a cessão de obras, "mas não devo informar ainda".
Na semana passada, o curador Ricardo Ohtake, por ocasião da mostra "Edifício da Arte", no Instituto Tomie Ohtake, afirmou que, após mapear novos museus no Brasil, considerou o Guggenheim desnecessário. Maia discordou da opinião: "Provavelmente ele faz uma análise unidimensional vendo só a dimensão das artes. Se incluísse a dimensão urbana, global, a centralidade e a visibilidade, mudaria de opinião".
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u27400.shtml