Masp improvisa segurança com vigias sem qualificação
Reportagem da Folha (exclusiva para assinantes do jornal e do UOL) deste sábado mostra que o Masp (Museu de Arte de São Paulo) não tem vigilância qualificada. Segundo o jornal, os vigias do museu mais importante da América Latina não tem formação como segurança ou registro na Polícia Federal.
Na quinta-feira (20), dois quadros, de Picasso e Portinari, foram furtados do museu em somente três minutos. Os criminosos usaram um pé-de-cabra e um macaco hidráulico para invadir o Masp. Os funcionários disseram não ter percebido o furto, segundo a reportagem. Os vigilantes não usam armas e não têm curso na área.
"Não é possível que as pessoas responsáveis por essa exposição sejam tão amadoras no quesito segurança", afirmou o promotor Arthur Pinto Lemos Júnior, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, à reportagem.
O presidente do Masp, Júlio Neves, admitiu ontem (21) à Folha que orientadores de público --que, por exemplo, são usados para inibir a aproximação de visitantes dos quadros durante os horários de exposição-- também atuam como segurança e que esse sistema existe há mais de 20 anos. Para ele, não há problema no acúmulo das duas tarefas.
Um dos orientadores usados como vigilante, ouvido pela reportagem, disse que não recebeu nenhum curso na área de segurança. Ele afirmou ao jornal que foi desviado de função sem nenhuma orientação e disse também que a responsabilidade desse desvio não é dos funcionários, que estariam sendo expostos pela investigação policial.
Até ontem, 13 funcionários foram ouvidos pela Polícia Civil. Nove deles eram orientadores que também desempenham a função de segurança.