Magalhães volta a ser conservador-chefe
A primeira reunião da nova diretoria do Museu de Arte de São Paulo (Masp), ontem, decidiu convidar Fábio Magalhães para voltar ao cargo de conservador-chefe.
Magalhães disse à Folha que aceita retornar. "Com essa diretoria tudo muda. Às vezes as crises são boas para uma instituição."
No dia 24 de março, Magalhães pediu demissão do cargo de conservador-chefe, que exercia desde 1990, por desentendimento com o então diretor-presidente, Hélio Dias de Moura.
Magalhães acusou Moura de estar consumindo a reserva financeira do museu. Isso deflagrou uma crise inédita na história do Masp (leia textos abaixo).
A reunião contou com a presença do diretor-presidente José Mindlin, 80, que assumiu o cargo. Mindlin é acionista da indústria siderúrgica Metal Leve e presidente da Fundação Vitae (de apoio a atividades culturais).
Em entrevista à Folha, disse que a chapa eleita no dia 19 –que traz o empresário João Marino como vice-presidente e o economista Gilberto Dupas como diretor-tesoureiro– é "de consenso".
Para ele, a crise institucional do Masp agora recebe o ponto final. "O Masp é maior que todos nós", afirmou. "Por isso quero fazer uma administração aberta."
Mindlin contou que o conservador-chefe interino, Luís Hossaka, já havia colocado seu cargo à disposição ontem. Hossaka voltará a ser adjunto de Magalhães.
Antes da reunião de ontem, foi eleito o novo Conselho Consultivo: Aldo Raia (presidente), um dos principais articuladores da chapa encabeçada por Mindlin, Max Feffer (vice) e Geraldo Serra (secretário).
A função do Conselho Consultivo é convocar e conduzir as assembléias do Conselho do Masp. O Conselho são os 60 sócios do museu. (Daniel Piza)
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/4/26/cotidiano/27.html