Regina Duarte aceita fazer teste na Secretaria de Cultura de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Regina Duarte e do Ministro da Secretaria de Governo Eduardo Ramos, durante encontro no Rio de Janeiro em que o presidente convidou a atriz para presidir a Secretaria de Cultura do governo federal Foto: Coluna do Est
A atriz Regina Duarte aceitou participar de uma fase de testes na Secretaria de Cultura de Jair Bolsonaro. Em comunicado enviado pela assessoria do Palácio do Planalto, o governo diz que ela estará em Brasília na quarta-feira no cargo que era de Roberto Alvim, demitido na sexta-feira passada.
"Após conversa produtiva com o presidente Jair Bolsonaro, Regina Duarte estará em Brasília na próxima quarta-feira, 22, para conhecer a Secretaria Especial de Cultura do governo federal. 'Estamos noivando', disse a artista após o encontro ocorrido nesta tarde no Rio de Janeiro", diz comunicado da Secretaria de Comunicação da Presidência.
O comunicado não deixa claro se ela aceitou o convite.
Segundo apurou o Estado, a ideia do governo é que a atriz ajude a "pacificar" o setor, um dos pontos fracos neste início de gestão de Bolsonaro. A princípio, o governo deve manter a área da cultura com status de secretaria, descartando a ideia de recriar o Ministério da Cultura, extinto no início da gestão Bolsonaro. Regina ficará subordinada ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mas com relação direta com o presidente, a exemplo do que já ocorria com Alvim.
Ao chegar em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “ficou noivo” da atriz Regina Duarte, que foi formalmente convidada para assumir a Secretaria Especial da Cultura nesta segunda-feira, 20. “Fiquei noivo da Regina Duarte. Fiquei noivo. Tivemos uma conversa muito boa”, declarou Bolsonaro. O presidente cumprimentou apoiadores e não quis responder outras perguntas da imprensa.
Para um interlocutor do presidente, a chance da atriz aceitar o convite é de 90%. "Quem fica noivo é para casar", brincou o auxiliar de Bolsonaro. A avaliação no Palácio do Planalto é de que a escolha pelo nome de Regina Duarte foi bem recebido entre os apoiadores do presidente.
O comando da Cultura no governo federal está vago desde a última sexta-feira, 17, quando Bolsonaro cedeu a pressões e demitiu o dramaturgo Roberto Alvim, que havia parafraseado em um discurso o nazista Joseph Goebbels. Ao Estado, Alvim reconheceu a origem "espúria" da frase de seu discurso, mas disse assinar embaixo de ideia "perfeita" de Goebbels.
Regina Duarte já havia sido convidada para integrar o governo no início do ano passado, mas recusou. A atriz é uma das mais famosas apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro e já elogiou a política do governo no setor. "Eu não estou preparada, não me sinto preparada para isso, acho que a gestão pública é uma coisa muito complicada e uma pasta como a da cultura muito mais", disse a atriz à rádio.
A aproximação de Duarte com Bolsonaro começou ainda na campanha eleitoral de 2018. Na ocasião, a atriz visitou o então candidato em sua casa, no Rio de Janeiro, e imagens do encontro foram divulgadas nas redes sociais.
Quando Bolsonaro foi eleito, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, foi até São Paulo se encontrar com ela para discutir políticas do governo para a área da cultura.