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Museu pode negociar com universidades

Projeto de anexo ganhou força com exemplo da ampliação do MoMA

Transcrição de artigo publicado em 30 de janeiro no caderno Metrópole do jornal O Estado de São Paulo

Juliana Bianchi

A inspiração expansionista de Julio Neves para o Masp vem de Nova York, cujo Museu de Arte Moderna, o festejado MoMA, reabriu as portas no fim do ano passado, depois de uma ampliação das instalações. "Eles fizeram exatamente o que quero fazer, comprar os imóveis ao lado para ampliar a área do museu", diz.

Segundo o arquiteto, só 20% do MoMA é usado para exposições. As demais áreas são reservadas para centros de pesquisa, acervo, documentação, eventos, cursos e administração. "Os museus precisam ter espaço para oferecer muito mais que exposições."

Mas a idéia de se criar um anexo para o Masp vem de longe. Tempo suficiente para que o ex-curador do museu Luiz Marques Filho, que até abril de 2004 prestava serviços de consultoria para a instituição, já soubesse dos planos. "O projeto de compra de um dos prédios já está em pauta há muito tempo, o que falta é o recurso. E olha que os valores nem são tão altos assim se levarmos em conta a localização e o espaço disponível", afirma Marques, sem revelar a soma pedida.

"Em um ou dois meses devemos ter em mãos uma avaliação completa de custos para ver o que sairia mais barato, levantar um prédio ou reformar o outro. Mas na verdade, se tivesse dinheiro, compraria os dois", afirma Neves, referindo-se aos imóveis vizinhos. Ele em breve voltará a passar a sacolinha entre os endinheirados de São Paulo para tornar o projeto viável, mas trata de não assustar possíveis investidores. "O mirante é uma conseqüência. Estar aprovado pela Prefeitura não significa que será construído."

Na hora do rateio, as primeiras procuradas provavelmente serão as faculdades e universidades, que, segundo Neves, têm procurado a instituição em busca de parcerias na formação de cursos de História da Arte e afins. Reticente em dar o aval para garantir a assinatura do Masp a esses cursos, Neves sonha em promover o caminho inverso. "Podemos tê-los como parceiros aqui dentro, quem sabe nessa nova área."

VIZINHOS

Os donos do prédio desocupado vizinho do museu não comentam o possível interesse do Masp. E a Gafisa despista, afirmando que há vários possíveis compradores para o seu terreno - um dos poucos ainda livres na avenida. De acordo com a construtora não há um projeto pré-aprovado para a área, apenas um edifício-garagem já pronto no subsolo, que poderá servir de base para qualquer estrutura.


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Fonte: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/20050130-40647-nac-40-cid-c4-not