Com elenco de 120 artistas, 35ª Bienal de São Paulo terá expografia do Vão
PROJETO
Publicado em: 10 de Julho de 2023
35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, promovida pela Fundação Bienal de São Paulo e com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, apresenta a lista completa de artistas e coletivos participantes, assim como a autoria do projeto expográfico, que nesta edição fica a cargo do escritório paulistano Vão, e que estará aberta ao público de 6 de setembro a 10 de dezembro de 2023.
A lista anunciada consolida a extensa pesquisa realizada pelos curadores sobre questões urgentes do mundo contemporâneo, revelando uma diversidade de formas, movimentos e interpretações sob o tema “coreografias do impossível”. Com 120 nomes confirmados, a lista abraça vozes das diásporas e dos povos originários, promovendo um diálogo local e internacional mais amplo.
"Vivem em contextos impossíveis, desenvolvem estratégias de contorno, atravessam limites e escapam das impossibilidades do mundo em que vivem. Lidam com a violência total, a impossibilidade da vida em liberdade plena, as desigualdades, e suas expressões artísticas são transformadas pelas próprias impossibilidades do nosso tempo”, afirmam os curadores.
Tecendo o plano organizacional do contingente artístico participante, o Vão, formado por Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero, pretende explorar as singularidades do icônico Pavilhão Ciccillo Matarazzo – o Pavilhão da Bienal, projetado em 1957 por Oscar Niemeyer e situado no Parque Ibirapuera -, onde já instalou temporariamente o escritório para um enriquecedor processo de trabalho ‘in situ’.
Alinhado ao conceito do impossível e suas coreografias como uma política de movimento e movimentos políticos entrelaçados nas expressões artísticas, o projeto explora a relação entre espaço expositivo e fluxos de visitantes, rompendo as convenções conceptuais e estruturais do edifício, haja vista que, pela primeira vez, os mezaninos ondulantes sobre o pé-direito central do pavilhão serão completamente fechados, numa intervenção radical que reinventa a experiência da espacialidade.
"Buscamos, desde o princípio, um desenho que se colocasse entre o desejo de não reencenar a coreografia espacial existente, mas que, ao mesmo tempo, não impusesse uma coreografia outra, totalmente desvinculada das suas lógicas internas. Para isso deveríamos dançar com o existente e com o disponível. Ou seja, para além da atenção em reutilizar os materiais remanescentes das antigas exposições, tínhamos como objetivo criar espaços a partir dos elementos construtivos que constituem o Pavilhão”, declara o trio.
O jovem escritório é conhecido por integrar à escala arquitetônica a uma forte expressão artística traduzida com originalidade, compromisso com o ambiente e cuidadosa compreensão dos materiais. Em 2017, colaborou na instalação Chão de Caça, da artista Cinthia Marcelle para o Pavilhão do Brasil da Bienal de Veneza, que foi distinguido com uma menção honrosa.