Vista das obras Shangai e May Day IV [Dia do Trabalho IV], de Andreas Gursky, na 25ª Bienal de São Paulo (2002). Autor não identificado. Cortesia Fundação Bienal de São Paulo
No começo do mês de setembro, o Instagram da Bienal apresentou o trabalho de Andreas Gurksy. O artista alemão é conhecido por suas fotografias gigantes, painéis de até 7 metros de comprimento, registrando os não lugares da globalização e a padronização desse mundo de excessos: imagens de lazer (Piscina de Ratingen), massas de funcionários em locais de trabalho (Bolsa de Valores, Siemens), prédios (Paris, Montparnasse), lojas (99 Cents). As imagens hiper-realistas de Gursky tensionam as relações entre o ser humano e a arquitetura, a urbanidade e a tecnologia, condensando todos os seus fluxos de experiência.
Para fazer essas imagens monumentais, Gursky utiliza os artifícios tecnológicos e a manipulação digital da fotografia contemporânea. Por exemplo, para registrar o gigantesco bloco residencial parisiense Montparnasse, o artista fez duas fotos do alto da fachada do edifício e as fundiu numa imagem única, eliminando, assim, toda a sua profundidade. O uso da manipulação digital também está presente na série da Bolsa de Valores de Chicago, resultado de uma fusão de vários frames de ângulos diferentes. Em 99 Cents, a imagem da mercadoria refletida no teto é produto de uma colagem digital, entre outros.
Gursky participou da 25ª Bienal de São Paulo – Iconografias metropolitanas, com curadoria geral de Alfons Hug. O maior público contabilizado até então nas Bienais de São Paulo (mais de 668 mil visitantes) pôde ver as seguintes obras do artista alemão: Shangai; Hong Kong Stock Exchange [Bolsa de valores de Hong Kong]; Happy Valley I [Vale Feliz I]; Brasília, plenária da Câmara I; Los Angeles e May Day IV [Dia do Trabalho IV]. Saiba mais no catálogo da mostra.
Lê-se, no catálogo da edição, sobre um dos trabalhos exibidos: “Em meados dos anos 90, Gursky realiza no prédio do Congresso Nacional, em Brasília, a fotografia de uma retícula do teto. Ela apresenta-se como coleção de reflexos de luz de contornos diluídos, que se ampliam em manchas luminosas sob a geometria da rede de lamelas. Na perspectiva do fotógrafo, a retícula se transforma em superfície abstrata e energeticamente carregada de projeções das nossas representações.” (Livro Cidades/ Book Cities da 25ª Bienal de São Paulo, 2002. p.380).
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