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Aula 1 – Introdução

Apresentação da disciplina e contextualização da proposta A aula apresentará uma visão geral da disciplina, compartilhando com os alunos os objetivos da temática proposta e sua relevância para a formação e a atuação profissional nos setores artísticos e culturais da atualidade.

Aula 2 – Arte é discurso?

A aula abordará o que Foucault (2007) entende como discurso, especialmente a partir da leitura que Paul Veyne (2011) faz do pensador francês: o que é tomado como verdadeiro em cada período histórico ou as lentes através das quais enxergamos o mundo. Nesse sentido, refletiremos sobre a emergência de noções como as de economia, vida e arte (linguagem). Os quadros Las Meninas, de Velásquez, e Isto não é um cachimbo, de Renée Magritte, serão apresentados e discutidos durante a aula. Também veremos trechos de documentos históricos sobre a constituição dos circuitos artísticos e culturais europeus por volta do século XVIII.

Aula 3 – Arte é invenção?

A aula abordará a emergência das teorias estéticas (especialmente a partir de Kant) que contribuíram para justificar a constituição de um mercado de artes e a criação de instituições culturais (em especial os museus), nos séculos XVIII e XIX, após o declínio das grandes monarquias europeias e o enfraquecimento do poder religioso. A hipótese a ser apresentada, a partir das obras de Larry Shiner (2001) e Hans Belting (2006), é a de que a arte ocidental foi inventada na Europa durante o período moderno. O livro de Alfredo Bosi (2019), Arte e conhecimento em Leonardo da Vinci, será usado como um contraponto para o cenário que Svetlana Alpers (2010) traça sobre os primórdios do mercado de arte moderna na Holanda, em seu livro O projeto de Rembrandt; o ateliê e o mercado. O filme Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971), que discute os conceitos de belo e de sublime, também será uma referência para a aula.

Aula 4 – Arte é exceção?

Nesta aula, será apresentada a leitura que Foucault (2007; 2008) faz de economistas clássicos, como Adam Smith e David Ricardo, que propuseram reflexões teóricas sobre o trabalho e o processo produtivo. Procuraremos entender como a arte emerge, neste contexto, como exceção ao que, então, era entendido como regime produtivo. A ideia de arte como exceção também será lida a partir das teorias da vanguarda, em especial com Peter Bürger (2017). O famoso e emblemático filme de Godard (1993), Je vous salue, Sarajevo, será a provocação para o debate.

Aula 5 – Arte é economia?

A aula será voltada a experiências do século XIX que visavam a reintegrar arte, vida e economia, entre elas o movimento “arts and crafts”. O principal referencial teórico será John Ruskin (2004), um dos primeiros autores a pensar em uma “economia política da arte” e, portanto, em um modo de gerir a produção e o consumo das obras. Discutiremos os filmes Blurred Line: os segredos da arte contemporânea (Barry Avrich, 2017) e Fake Art: uma história real (Barry Avrich, 2020), que abordam o assunto na contemporaneidade.

Aula 6 – Arte é liberdade?

A aula apresentará a visão de Tony Bennett (1998) sobre a relação entre as instituições artísticas, em especial o museu, a estética e o pensamento liberal. Na obra Culture, a reformer’s science, Bennett (1998) sugere que a estética pode ser entendida como espaço de liberdade e como um campo de governo de si mesmo e dos outros. O texto de Peter Pélbart (2015), "Por uma arte de instaurar modos de existência que não existem", publicado no catálogo da 31ª Bienal de São Paulo, também contribuirá para as reflexões, bem como o artigo “O ‘bicho-da-seda’ na produção em massa”, de Mário Pedrosa (2007), publicado no livro Mundo, Homem, Arte em Crise.

Aula 7 - Arte é problema?

A aula apresentará trabalhos de economistas do início do século XX que abordam a arte como um problema econômico, ou seja, como uma atividade que não se sustenta economicamente e, por isso, precisa de subsídio público para existir. Os comentários de Joshua Decter (2014) sobre seu livro Art is a Problem atuarão como uma provocação para as questões econômicas.

Aula 8 – Arte é política?

Nesta aula, apresentaremos um panorama histórico das políticas culturais. Em geral, o Ministério da Cultura na França é considerado o principal modelo de políticas públicas para a cultura e as artes adotadas, ao longo do século XX, em diversos países do mundo. No Brasil, são marcos importantes: a gestão de Gustavo Capanema no Ministério de Educação e Saúde Pública, nos anos 1930; a criação do Ministério da Cultura, em 1985, em meio à federalização das políticas públicas e aos movimentos democráticos que emergiam na sociedade civil; e as políticas culturais das primeiras décadas do século XXI, especialmente a partir da gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. Também discutiremos obras de Antoni Muntadas, entre outros artistas contemporâneos que tratam das relações entre arte e política.

Aula 9 – Arte é campo?

Nesta aula, partiremos da crítica que García Canclini (2012) faz de autores como Bourdieu para refletir sobre a arte pós-autônoma. Abordaremos seus escritos sobre a estética da iminência, os modos de identificação cultural e as diversas vozes que compõem a sociedade. Serão discutidas obras de arte que saem dos espaços expositivos, como o grafite e a arte urbana em geral. O debate será incitado pelo filme Basquiat – traços de uma vida (Julian Schnabel, 1996).

Aula 10 – Arte é empreendedorismo?

A aula abordará a teoria do capital humano, como estudada por Foucault. A partir dessa noção, refletiremos sobre os instrumentos de políticas públicas, especialmente os editais, que exigem dos artistas competências para escrever projetos, fazer orçamentos e elaborar relatórios. O artigo de Rogério da Costa, "Inteligência Coletiva: comunicação, capitalismo cognitivo e micropolítica", será uma das referências para a discussão, assim como as obras de Ana Carla Fonseca Reis (2006) e Cláudia Leitão (2023) sobre economia criativa. Também discutiremos o filme Ensaio de orquestra, de Federico Fellini (1979).

Aula 11 – Arte é cultura?

Nesta aula, abordaremos outros aspectos da obra de Foucault (2011), para além da noção de capital humano, em especial a ideia de invenção de si. Refletiremos sobre os modos como são constituídas identificações e são mobilizados coletivos que atuam na sociedade por interesses particulares ou compartilhados. Discutiremos as diferenças entre arte e cultura, além da produção de coletivos indígenas, dos movimentos negros, das periferias, feministas, LGBTQIA+, entre outros.

Aula 12 – Arte (ainda) é política?

A aula abordará as relações entre arte, movimentos sociais e políticas públicas a partir das experiências das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Também serão estudados acontecimentos como a criação da Virada Cultural, em São Paulo. Uma das referências será o artigo "Como museus de São Paulo estão se voltando para a 'arte global'", de Martin Grossmann (2020). Também leremos o texto produzido pelos professores integrantes do eixo temático Cultura e Artes, da Universidade de São Paulo, intitulado: Da cultura, das artes, da complexidade: subsídios para as políticas públicas (Arias et al, 2022).

Aula 13 – Afinal, arte é trabalho?

A aula abordará a precariedade que existe no trabalho artístico, tendo como principal referência o livro Retrato do artista enquanto trabalhador, de Pierre-Michel Menger. Também discutiremos estratégias de artistas e coletivos para continuar produzindo suas obras. Neste último encontro, a provocação será do artista visual Marcelo Cipis, com sua obra Arte é trabalho. Aula 14 – Apresentação de trabalhos Aula 15 – Debate final e avaliação da disciplina