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Prefeitura do Rio reabre negociações para construir Guggenheim

A prefeitura do Rio de Janeiro e a Fundação Guggenheim reiniciaram as negociações para que esta cidade possa se tornar a primeira da América Latina a ter um museu da instituição.

Transcrição de artigo publicado em 27 de janeiro no jornal Folha de São Paulo

 

"Neste momento estamos discutindo como desfazer o acordo que assinamos inicialmente e, simultaneamente, assinar um novo que supere todos os problemas que surgiram", disse nesta quinta-feira o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, em uma entrevista com correspondentes estrangeiros.

O acordo inicial, assinado em abril de 2003, foi suspenso um mês depois pelas autoridades municipais por causa de uma sentença judicial que considerou o negócio inconstitucional e prejudicial para os cofres da cidade.

"A rescisão do contrato inicial e a assinatura de um novo será uma forma de resolver todos os problemas jurídicos que impediram a execução do projeto", disse César Maia, do PFL, que recentemente anunciou sua intenção de disputar as eleições presidenciais de 2006.

O prefeito, que foi reeleito em outubro passado e assumiu seu novo mandato este mês, disse que uma das prioridades de sua nova gestão, junto à organização dos Jogos Pan-americanos de 2007, é a construção do Guggenheim do Rio de Janeiro.

César Maia explicou que as negociações com a Fundação Guggenheim foram reabertas no final do ano passado em Nova York por seu secretário de Relações Internacionais, Raul Fernando Leite Ribeiro.

O prefeito disse também que a fundação americana recebeu uma primeira proposta da prefeitura do Rio, que está sendo estudada.

O novo acordo permitirá que o Rio de Janeiro se torne a sede do primeiro Guggenheim da América Latina. Fora dos Estados Unidos, o museu de Nova York tem sedes em Berlim (Alemanha), Bilbao (Espanha) e Veneza (Itália).

César Maia disse que a Fundação Guggenheim também defendeu a assinatura de um novo acordo, em vez de lutar nos tribunais para salvar o primeiro, porque revisou o museu projetado e considerou que havia riscos.

"Eles consideram que o primeiro museu, por suas características, oferece riscos", disse o prefeito, referindo-se ao projeto do arquiteto francês Jean Nouvel que inclui uma construção parcialmente submersa no mar.

Nouvel, conhecido por executar as obras do Instituto do Mundo Árabe em Paris e a Ópera de Tóquio, desenhou um museu que se parece com um navio atracado no porto do Rio de Janeiro.

"Todos chegaram à conclusão de que era preciso fazer ajustes ao primeiro acordo. Eu, particularmente, defendo o primeiro projeto, mas não sou técnico, sou um político", disse o prefeito.

César Maia acrescentou que a nova proposta apresentada pela prefeitura do Rio de Janeiro prevê que, antes da construção do Guggenheim, essa fundação possa fazer exposições em um espaço próprio na cidade.

"A idéia é assinar um acordo tripartite entre a Fundação, a prefeitura e o Museu de Arte Moderna (MAM) para que o Guggenheim conte com espaços particulares nessa edificação e possa trazer exposições itinerantes para o Rio de Janeiro", explicou Maia ao ser perguntado pela EFE.

Segundo os cálculos iniciais, que agora serão modificados, a prefeitura precisa investir cerca de 134 milhões de dólares para construir o museu Guggenheim.

César Maia considera que esse dinheiro pode vir de empresas privadas interessadas em concessões para explorar estabelecimentos próximos ao museu, como restaurantes e lojas, o que contribuiria para a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, atualmente abandonada.

A prefeitura já expropriou alguns diques do porto para garantir o espaço da obra.
Segundo a Fundação Guggenheim, no museu do Rio de Janeiro haverá exposições permanentes de arte contemporânea brasileira e internacional, arte clássica e outros espaços para convenções, além de amplos salões para mostras diversas.


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