Editorial
É preciso transmutar, nós que nos ocupamos do saber após o cógito cartesiano, o Eu é um outro de Rimbaud, em algo como “um outro” sabe em mim e eu só advenho nesse saber outro, esse saber se ausentar ou fazer êxodo.
Yann Moulier Boutang.
Uma aceleração crítica que provoca perguntas de muitos tipos – assim poderia ser descrita a operação editorial do site do Forum Permanente. Seu modo de exercitar o debate em torno de questões contemporâneas, explicitando e tornando públicos os projetos, caminhos, as estratégias de pesquisa e de ação, torna vibrantes as linhas de leitura [e de releitura]. Responder a essas proposições, participando, como editora residente, dos movimentos desse território, é algo como ingressar já no meio de um fluxo. O desafio é experimentar alteridades e ativar percursos, acompanhando o deflagramento de um processo complexo, proliferante – a constituição de redes de conversas, como compreende Ricardo Basbaum: “Conversas como um tipo de diálogo que possui sua própria dinâmica, sempre surpreendendo os participantes.”[1]
Em seu limite, as linhas propostas estão sendo testadas como disparadores dessas conversas, enquanto outros tantos dispositivos são gerados da residência no Forum Permanente, e dos contatos em rede..... pois às vezes os gestos durante as buscas [on e off line] acabam por significar escolhas, decisões.... cortes, ou ligas nessa montagem/sampleagem. O processo leva à instauração de campos e situações complexas, e, além das leituras e outros diversos tipos de troca, as discussões por mail ou msg com os editores do FP, com os convidados, com autores dos trabalhos que vem de links externos... daí é que se formam as linhas-guia quase conceituais, enervações que se desdobram em conexões atuais, possíveis e imaginárias. As redes momentâneas, conforme ganham vibração, a cada vez, giram. O desejo é mudar, ao vivo. Tudo isso, e tudo o que atravessa isso todo o tempo, constitui este campo, em seus diálogos provisórios: CONSTRUCTION SITE/LET’S BE LOVERS/DESTRUCTION SITE – como está em first morning video, um presente de Cris Ribas para esta edição, e que diz algo do processo paradoxal da curadoria.
projeto//processo/
/processos coletivos/
mestiçagens
artista/propositor/escritor/crítico/pesquisador/agenciador/curador/ativista/ - etc
[história/crítica/política/arte?]
As linhas de busca tendem aqui ao extradisciplinar [Brian Holmes]. Partem de uma condensação – projeto//processo – que veio de uma longa conversa com Tatiana Grinberg, sobre os caminhos possíveis da arte e da vida.... São linhas que já surgem alterando domínios, como exigem as proposições contemporâneas, marcadas por um pensamento mestiço [Yann Moulier Boutang]. Foram desenvolvidas em constante diálogo com a equipe editorial do Forum Permanente – que manteve a tensão ao longo da pesquisa, levada, assim como eu, por um processo que é todo propositivo, mas também “todo de recepção”[2]. São muitas cartas-brancas espalhadas, como bem apontou Margit Leisner, artista e ativista, importante agente do circuito de Curitiba, sempre empenhada em exercitar ações implicando a relação arte/cidade. Dentre suas propostas recentes, ela apresenta a AUTO ESCOLA BRISA – Roteiros Para Uma Cena Experimental, em blog criado para este número: “o blog vai funcionar como uma plataforma do BRISA, com suas dinâmicas que seguem para além do período de exposição”, explica a artista. Lidando com o campo de performances-como-, Margit Leisner pode estabelecer neste projeto uma liga entre o artista //, o artista etc, figuras que se tornam potentes em início dos anos 2000, e outras manifestações mais recentes, ativando a memória de agenciamentos como o Zona Franca, o Rés-do-chão, a Casa da Grazi, o Urucum, o Agora, o Capacete, os Laranjas, o Torreão, o Grupo Empreza, entre tantos outros.... pontos de eletricidade. Esses muitos coletivos geridos por artistas e críticos [como no Rio também houve os grupos A Moreninha[3], ou Orelha, em fins dos anos 1980] são deflagradores de situações poéticas/políticas. Ou, como inventa Oiticica em um escrito tardio: instaurações situacionais... Desde 2001 focado em criar ações/instaurações, o Grupo Empreza está nesta edição, em registros/diálogos com o Erro Grupo e com os Nós Temporários. São momentos de atravessamento de vários circuitos, e de retomada da pergunta sobre as relações entre arte e política, a figura do artista confundindo-se com a do ativista, “fazendo fugir as margens”[4].
Os processos coletivos de inícios de 2000 – pela região de liberdade que abriram –, podem reverberar em algumas proposições artísticas atuais. Talvez por isso, trazemos o link do grupo de São Paulo que realiza pikniks interventores pela cidade, criando sons//imagens, e ainda uma revista, a TOSCHEN, entre outras derivas: “ORGANISMO PIKNIK - é uma plataforma de expressão que reúne pessoas em ações experimentais no campo das artes e das relações sociais”. Em outra ponta, o ativismo alimentar de Jorge Menna Barreto, pensando o alimento no campo expandido. O artista programa para este número “uma seleção de videoreceitas que consideram o que acontece antes e depois do momento no qual o alimento vai à boca...”. Essa busca de uma ampliação da experiência alimentar teria, em sua extradisciplinaridade, algo em comum com a proposta das sopas CCC. São trabalhos diferentes, mas dispostos a gerar zonas de investigação coletivas, sensíveis, que se desdobram entre o preparar/cozinhar/comer..... alimentos. Do Grupo Empreza, dos tempos da residência do Açúcar Invertido em Metz, 2005, o texto que desarquivamos descreve um dos momentos mais confusos de feitura de um desses caldos, na porta de entrada de uma galeria de arte, ao lado da flecha de Exu desenhada em padê nas pedras góticas da rua, por Arthur Leandro//Tata Kinamboji..... cada coisa assumindo a energia de um ritual em deslocamento, como se fosse no Mansu Nangetu [ outro canto onde se pode exercitar a construção do comum http://institutonangetu.blogspot.com.br/ ].
[uivos longínquos da cachorra loira + latidos recombinados do cão mulato] O som do emaranhado que está no cerne do fragmento NBP do diagrama ARTE VIDA pode ser um tanto gritante, estridente, insistente. São essas linhas, entre outras, que me põem [aqui e na vida] em rota de pesquisa, em companhia de amigos e colaboradores como Ricardo Basbaum, Tatiana Roque, Edson Barrus, yann beauvais, Cristina Ribas, Grazi Kunsch, Barbara Sczaniecki, Margit Leisner, Daniela Mattos e Alexandre Sá, Jorge Menna Barreto, Alex Hamburger, o Erro Grupo, Paulo Veiga Jordão, o Grupo Empreza, o Nós Temporários, o B-CÚBICO, entre tantos outros, em tantas diagonais. Todos fundamentais participantes dessa arquitetura do devir, assim como a equipe do FP.
Os lances // contam com colaborações que vem atualizar alguns problemas que nos acompanham há muitas conversas. Aí, entre outros movimentos, será publicado um vídeo-registro de uma das ações “mais abstratas”[5] de Alex Hamburger, realizada em 2004, na Gentil Carioca. O trabalho é uma exploração absurda da membrana arte/vida. Silêncio? Estrutura-duração. Culto ao hábito cria perguntas. Não faz desaparecer nenhuma dificuldade, ao dispor lado a lado, na galeria de arte, o público e duas jovens balconistas do Saara, conversando, em um sofá de palhinha...
Outro deflagrador de questões será publicado aqui por sugestão de Ricardo Basbaum: trata-se de uma divertida troca de mails entre o artista e Graziela Kunsch, algo que data de três séculos – como em Orlando –, mas coincide com um estranho episódio de uma bola confiscada a uma instalação na Bienal de São Paulo: “Foi a partir do incidente com meu ‘módulo de transatravessamento do artista-etc’, apresentado na 25ª Bienal de São Paulo (2002), que se desenrolaram os acontecimentos: havia na instalação 6 bolas do tipo Penalty 5 livres para o jogo (linha de instrução: ‘acerte a bola no centro’) – uma delas, porém, furtivamente capturada por Grazi logo na noite de abertura, alcançou o mundo off-Bienal, efetivando nosso alegre encontro, intensas conversas e desejos de colaboração. Era ano de Copa do Mundo.”, escreve Basbaum. (penalty5_and_after2.pdf), como foi nomeado o dossiê, provoca embates curiosos com as discussões aqui reunidas. Noutra diagonal, insistindo em problematizar de modo direto, processual, a ação performativa, Alexandre Sá e Daniela Mattos aprontam, em dupla, um texto-vídeo-performance. O surpreendente road vídeo Antes do fim do mundo é mais um tipo de conversa: “uma deambulação discursiva, ao passo em que se realiza um percurso de saída e retorno à cidade do Rio de Janeiro, passando pela ponte Rio-Niterói em ida e volta, e terminando em Vila Isabel, na Av. 28 de Setembro, como homenagem a Noel Rosa.”, observam os performers. Lembrando Chamada telefônica [poema-carta-filme-música de HO, dedicado a Colares, da “Avenida do Brasil”, ao meio dia de um sábado, com rum coca cola e um radinho de pilha....], o trabalho pode ser visto ainda como uma espécie de ho-mage às vivências da Agente-Dupla, dos Crioulos de criação, entre várias coagulações que se davam há dez anos mais ou menos no circuito de muitas cidades brasileiras como uma.... onda, com a urgência de um desarquivar, explicitar atitudes.... [ e enfim com pressa em abrir vias de trânsito entre a arte e a vida pública, ou re-dissolver a arte na vida.... “Cheiro de fumo, café e hashish”, como escreveu certa vez Edson Barrus, ao relatar uma vivência em Paris, nos subsolos de uma galeria de arte..... ] Retomamos, dessa época, e também da Revista Nós Contempoâneos, anotações minhas para uma conversa sobre alternativas ao circuito de arte, realizada no Instituto de Artes da UERJ, em novembro de 2002. De Edson Barrus, hoje gerenciador do B-CÚBICO, criador do Rés-do-chão, da BarrusMáImpressão, e de vários outros dispositivos=comuns, apresentamos o link da plataforma MANIFESTONS!, imensa coleção que o artista mantem no mercado mix do You Tube, feita de registros em vídeo de atos e manifestações de rua. Até mesmo a força espontânea com que a câmera [quase sempre de Barrus] capta as ações, ao vivo, ou as imagens da TV, da internet.... não deixa de indicar uma estratégia de distanciamento crítico, em tensão com um gesto que compreendemos como desarquivo. This is my heart, um dos muitos vídeos da série, exibe na carne da web, em um instante, a vida de uma africana sem papéis na nova Berlim global. Em D’un couvre feu, montagem/sampleagem de yann beauvais, abordando as explosões da periferia parisiense em 2005, se dá também essa indiscernibilidade entre arte e acontecimento. O vídeo busca desestabilizar o sentido da informação disseminada em diversos circuitos. Retrabalhando em sampling o material filmado diretamente do monitor de TV por Edson Barrus, mixando-o a imagens da internet, beauvais extrai o máximo de potência da sua estratégia ativista; também no projeto MANIFESTONS! percebe-se a tentativa de tornar inatuais os dados da media – aí reciclados, à maneira ninja: “A imagem, como a matéria e a energia, entra em um ciclo infinito de recuperação-transformação-difusão.”[6].
Assumindo uma reciclagem de documentos, quero ver proliferar aqui, por instáveis que sejam, zonas de troca livre[7]. Respondendo às edições desenvolvidas pelo Forum Permanente, em todo esse longo período, penso em oferecer uma complexidade de caminhos, deixando as últimas ligas a cada usuário.... Ao buscar conceitos que dessem conta do processo da curadoria, acabou por surgir o termo desarquivo, experimentado como modo de intervenção pela artista // Cristina Ribas. Esta edição quer tentar o uso do conceito, afirmando a pluralidade de sentidos que se abrem aí. O desarquivar torna-se então uma espécie de partitura mínima de ação, de movimento. Como Cris Ribas observa em conversa por mail, durante esta residência: “desarquivo tem esse desejo de incitar movimento, ação e relação (inclui-se aí leitura, interpretação, crítica, aproximação, intervenção…),”
Fazendo reverberar a curadoria mais geral do site Forum Permanente, e a mobilidade latente ao processo do desarquivar, no item Desarquivos do Forum Permanente, opto por oferecer a riqueza de uma multiplicidade de escolhas, de entradas e caminhos. Este número irá re-apresentar ao usuário, nessa situação de conversas com outras fontes de documentos, os eventos “integrais” do Fórum Permanente, deixando o campo aberto a eventuais percursos de leitura e linhas de contato – tranversais –, como sugere o periódico nº 2.
A dinâmica da pesquisa no Forum Permanente foi constituída de aprofundamentos no site, e ao mesmo tempo de escapadas, tranversais a esses domínios... Dos movimentos enviesados da pesquisa foram puxados alguns fios de sentido para a edição, como re-configurações dos atravessamentos pelas redes. [Assim, por exemplo, um dos tópicos de interesse pré-definidos, o artista-etc, conduziu até o evento triplo com o artista-etc Ricardo Basbaum, conjunto de documentos que aqui pode ser acessado por diversos pontos de atração, e conectado a vários itens dos Lances //, como a conversa por mail entre Basbaum e Grazi Kunsch, ou, em Conexões //, uma liga se daria via o projeto da Rede Aparelho, do Pará, via NBP, ou o artigo de Basbaum que encontramos nos arquivos on-line da revista Lugar Comum: “Em torno do virus de grupo”, que toca em estratégias coletivas e a[r]tivistas. Essa discussão encontraria ainda vibração em dois belos trabalhos que yann beauvais nos envia. FADE to BLACK, um ensaio [de grande humor] sobre a tarja preta do filme, e um vídeo, Entre deux mondes. O texto será publicado em francês, ao lado da tradução; o vídeo, deslumbrante peça em ritmos de palavras e imagens, é atravessado por um pensamento do outro, a cada instante da captura e da montagem. Opera segundo a reciclagem de materiais já filmados pelo próprio artista. beauvais descreve parte do processo do trabalho: “Um passeio pelos jardins de Versalhes em dezembro de 1983, filmado em super 8. Na primavera de 2010, uma reapropriação e um détournement do filme original. O espaço do jardim se transforma e o documento de origem se desenvolve de outro modo, fazendo surgir outros planos, outros horizontes e modalidades de poder, deixados de lado quase sempre em proveito de uma contemplação estética.”
Alguns outros tópicos dos Desarquivos do Forum Permanente estão em pleno cruzamento com nossas linhas de problemas, em diferentes blocos de documentos, sejam os registros em vídeo de palestras e debates, ou ainda os relatos escritos, como outros tantos arquivos abordando experiências-limite no campo da arte contemporânea. Desse conjunto, queremos destacar a aproximação da obra experimental de Lygia Clark, sua situação no museu, promovida por Suely Rolnik, ou o seminário que aborda o aspecto revolucionário da arte, em Joseph Beuys. Outro item importante para a pesquisa se desdobra do contato com os documentos produzidos em torno da 27ª Bienal de São Paulo, com curadoria de Lisette Lagnado, discutindo o viver junto. Esse material nos leva a traços que podem conectar as falas de David, Favaretto, Pelbart e Herkenhoff, sobre vida coletiva e trocas, ao tema da construção do comum exposto por Negri, Revel, Hardt, Szaniecki e Roque, em ensaios acessíveis aqui, daqui. Desse desenho móvel, constituído por um ritmo de dígitos, vão surgindo dispositivos imaginários. Tornar a máquina quente. A eventual atualização de certos nós que localizo no início dos 2000 também se dará por linhas lábeis [uma delas cruzaria os conteúdos da revista número Um a outros conteúdos e conversas que, em seu frescor, podem ser recicladas por alguns dos eventos selecionados nesta proposta: as falas de Padrões aos pedaços, ou ações coletivas mais recentes, tais que a Auto Escola Brisa, de Curitiba, a deambulação oral de Dani e Alê, ou o encontro Erro/Empreza, iniciativas geridas por artistas-etc, //
Os tópicos destes índices esperam por tornar-se alvos dos usuários, e estão aí pulsando abertos em muitas linhas das discussões. Chamamos a atenção para o seminário organizado por Guilheme Wisnik, A cidade e suas margens, com a colaboração de grandes pesquisadores da cidade contemporânea, tais que Adrian Gorelik e Nelson Brissac Peixoto; e indicamos uma costura de grande delicadeza, o debate com Ana Maria Tavares sobre A curadoria no campo expandido, que deve criar nervuras em nossas linhas [a mobilidade das figuras do circuito..... os transagenciamentos]. Deixamos aqui expostas essas provocações a uns muitos que então detonarão novas redes afetivas e de pensamento – essa, a arquitetura movente que deseja a curadoria.
A partir dos Desarquivos do Forum Permanente, o jogo proposto aqui se deslocará entre duas outras regiões:
Lances //
Conexões //
... o processo continua, por essas redes. Alguns documentos ligados a esta edição, um ensaio, uma tradução, ainda estão sendo preparados, e aparecerão em breve; há portanto uma relativa continuação desse estado de atenção do lançamento ......... e uma certa frequência do usuário por esses domínios seria bem desejada.
Cecilia Cotrim, abril de 2014.
Notas:
1- Ver Ricardo Basbaum e Bojana Piskur. “Conversas”. Em Manual do artista-etc. Rio de Janeiro, Beco do Azougue, 2013, p. 203.
2- Termo usado aqui a partir da argumentação de Hubert Damisch em seu ensaio “O auto-didata”, ao destacar a operação que, no século XVIII, reune crítica, teoria e história da arte, entre Diderot, Lessing e Winckelmann: “... De sorte que a história, a crítica e a teoria da arte teriam nascido, e nascido simultaneamente, desse momento, condensado em três anos, e por princípio ‘auto-didata’, em que o pensamento estético, e com ele a literatura artística, terão pretendido se emancipar de toda forma de mestria que não a da própria arte, a considerar em suas obras, seus mediums e seus efeitos, assim como em sua intenção mais profunda. Uma mestria toda de produção, não de recepção, se é que esta oposição tem algum sentido.” Ver Clement Greenberg e o debate crítico. Jorge Zahar/Funarte, Rio de Janeiro, 1997. [grifo meu]
3- Ver Ricardo Basbaum, “E agora?” Em Manual do artista-etc., pp. 131-51.
4- ... como disse numa palestra no ano passado Giuseppe Cocco, sobre HO. [Esta nota tem o intuito de mais uma vez remeter o usuário para o Periódico do FP nº 02, onde encontrará várias publicações desse importante ativista e pensador da política contemporânea no Brasil.]
5- [ ... segundo o artista.]
6- beauvais, yann, Bouhours, Jean-Michel. MONTER-SAMPLER [cat.]. Centre Georges Pompidou, Paris, 2000, p. 18.
7- Ver beauvais e Bouhours: “Na era do numérico, a desmaterialização dos suportes, a ausência de perda entre original e cópia, põem em crise seu estatuto respectivo. [...] Através dos instrumentos de reprodução e difusão surgem zonas de livre troca, que escapam por um momento às leis da performance econômica.” [In ibid, p. 20.].