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Ricardo Basbaum: Refrão de fala, refrão de leitura

por Paulo Miyada e Ana Maria Maia



Começo de conversa, Roberto Winter - um dos organizadores da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos – lê meio sem jeito um texto que lhe foi passado por Ricardo Basbaum. Avisa que Basbaum fará uma apresentação composta como uma colagem, reunindo fragmentos de músicas e sons utilizados em trabalhos anteriores e trechos selecionados de sua escrita. Roberto inicia uma gravação sonora e sai de cena. Quando a gravação – entre um canto e uma paisagem sonora – já se estende por alguns minutos, Basbaum entra em cena, mexe no computador e começa a ler um texto.
 
Estavam dadas as diretrizes gerais da mise-em-scene criada para a fala de Basbaum, uma mistura de ensaio retrospectivo e provocação sonora/teatral. Ao longo da fala, um pouco de trabalhos e posicionamentos já históricos de Basbaum foram citados de forma reflexiva e muitas pontas soltas foram lançadas, para serem amarradas desde a memória ou estranhamento que provocaram.
 
No meio do caminho, infiltrou-se uma música dos The Beatles interpretada numa língua estranha por uma voz infantil. Havia familiaridade e desconforto. Basbaum falou que era finlandês, era uma interpretação da Björk, e nossa relação afetiva com a música, apesar do desconhecimento da língua, dizia muito sobre – mas a Björk canta em Islandês! Seria um ato falho? Seria mesmo a Björk?
 
Este relato deverá conversar sobre essa e outras charadas deixadas no ar por Basbaum. Tentaremos reconstruir a colagem e divagar por suas lacunas.


O encontro ocorreu no dia 05/12/2009, sábado, às 15h, no Paço das Artes, como parte do programa "Arte-projeto" da curadoria "Temporada de Projetos na Temporada de Projetos"


Continua (em breve)...