Economias da arte contemporânea: programação, financiamento e gestão em instituições culturais brasileiras
O termo “economia”, no título, refere-se não apenas a grandezas financeiras, mas, principalmente, às estratégias e recursos utilizados pelos diversos agentes. Procura-se revelar, portanto, o modus operandi de instituições com programação voltada à arte contemporânea em diferentes regiões do Brasil, nos últimos dez anos. Mais do que detalhar de forma exaustiva os dados e as (eloquentes) lacunas encontrados na pesquisa, o objetivo é abordar certas questões relevantes do ponto de vista da sociologia da arte e também da compreensão do sistema das artes no Brasil. Para tanto, um mapeamento inicial delimita o universo da pesquisa, com informações sobre a distribuição geográfica dos equipamentos culturais selecionados; sua natureza – pública ou vinculada a empresas privadas, independente etc.; e seu perfil – museu, centro cultural, espaço sem acervo, entre outros. Em seguida, busca-se entender os processos decisórios e os mecanismos de gestão desses espaços, analisando-se, desde o quadro de colaboradores, até a produção de exposições concretas, passando ainda pela aquisição de acervos, pelo registro da memória institucional, pela cooperação interinstitucional e pela ação educativa. Ao mesmo tempo em que sintetiza achados da pesquisa acima referida, o texto formula questões mais amplas, relativas aos atuais desafios desses equipamentos, tanto no que respeita ao desenvolvimento interno de seu circuito expositivo quanto ao seu processo de expansão internacional.