Modernidade é tema de Rouanet na inauguração da Cátedra Olavo Setubal
Sergio Paulo Rouanet, primeiro ocupante da cátedra
O cientista político, filósofo e diplomata Sergio Paulo Rouanet, membro da Academia Brasileira de Letras, faz a conferência inaugural da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, da qual é o primeiro titular.
A exposição com o tema A Modernidade e suas Ambivalências será dia 17 de maio, às 9h30, na Sala da Congregação da Faculdade de Medicina da USP, com café de recepção no 5º andar do mesmo prédio. Rouanet tratará da influência da modernidade nas esferas econômica, política e cultural à luz das ideias do sociólogo Max Weber, do filósofo Jürgen Habermas e do sociólogo Manuel Castells.
Iniciativa do IEA em parceria com o Itaú Cultural, a cátedra é a primeira a ser criada na USP para discutir questões do universo das artes e da gestão cultural, além de temas científicos e sociais.
Os debatedores deste encontro serão o jurista Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores; o filósofo Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação e coordenador do Grupo de Pesquisa O Futuro nos Interpela do IEA; e a socióloga Barbara Freitag, professora emérita da Universidade de Brasília. A abertura do seminário terá a presença do pró-reitor de cultura da USP, Marcelo Roméro, do diretor do IEA, Paulo Saldiva, e do diretor do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron.
O evento é público, gratuito e requer inscrição prévia (para acompanhá-lo ao vivo pela internet não é necessário se inscrever). Mais informações podem ser obtidas com Sandra Sedini, telefone (11) 3091-1678 e sedini@usp.br.
Conceito de modernidade
De acordo com Rouanet, nunca se falou e escreveu tanto sobre a modernidade, mas ainda há dúvidas sobre sua conceituação. Uma das definições é a do sociólogo Anthony Giddens: “A modernidade se refere aos modos de vida e de organização social que emergiram na Europa a partir do século 18 e que se tornaram subsequentemente mundiais em sua influência”.
No entanto, Rouanet considera que “se quisermos dar um conteúdo concreto a essa moldura cronológica madura, deveríamos voltar às análises clássicas de Max Weber", para quem a modernidade é o produto de processos cumulativos de racionalização que se deram nas esferas:
- econômica – livre mobilidade dos fatores de produção, trabalho assalariado, técnicas racionais de contabilidade e gestão, e incorporação incessante da ciência e da técnica ao processo produtivo;
- política – substituição do Estado descentralizado feudal pelo Estado nacional centralizado;
- cultural – secularização das visões de mundo tradicionais (Entzauberung) e sua divisão interna em esferas de valor (Wertsphären): ciência, moral, direito e arte.
No exame do tema, Rouanet procura integrar essas categorias weberianas no contexto da teoria da ação comunicativa de Habermas. Como estudo de caso, propõe a análise das questões mais abstratas sobre o livro e de suas perspectivas futuras diante das novas tecnologias de informação e comunicação, valendo-se da abordagem de Castells.
Foto: Cecília Bastos/USP
Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/inauguracao-catedra-olavo-setubal