O Brasil, malgrado seu caráter machista, é uma cultura rica de vozes femininas. No campo da arte, as mulheres estiveram à frente, ao lado ou um pouco atrás dos homens, mas nunca ausentes. Isso faz de nossa cultura um processo singular comparada às sociedades hegemônicas. O seminário reúne mulheres dos mais diversos campos de expressão.
O programa da disciplina foi formulado pelos dois titulares da Cátedra em 2019: o crítico, curador e historiador de arte Paulo Herkenhoff e a biomédica Helena Nader, professora da Unifesp. A intenção é promover uma discussão profunda sobre as inter-relações arte e ciência ao longo dos tempos, perpassando por aspectos como proeminência cultural de um país sobre outro, questões de gênero, de estilos e formatos.
No total, serão 19 aulas entre os meses de agosto e dezembro, sempre às quintas e sextas-feiras, das 14h às 17h, que irão reunir palestrantes e debatedores de diversas áreas do conhecimento e que são lideranças em suas áreas de atuação. Cada seminário terá um homenageado e abordará um tema específico.
Veja o programa completo (sujeito à alteração).
Homenageadas:
Chiquinha Gonzaga e Nair de Tefé, duas mulheres que fizeram a passagem política dos valores do Império para a República nascente, com uma esperança de democracia. Chiquinha Gonzaga ousou na música e o Brasil nunca mais foi o mesmo, com a modernização do carnaval. Tinha um comportamento transformador da condição da mulher na sociedade. Nair de Tefé vinha de uma família nobre e foi uma mulher da “pá virada”. Dirigiu automóvel em fins do século XIX, foi caricaturista que parecia responder à literatura de Machado de Assis na crítica do comportamento social. Casou-se com o presidente Hermes da Fonseca e subverteu o formalismo do Palácio do Catete, onde introduziu maxixe e violão, a ponto de receber uma ácida crítica do Senador Rui Barbosa.