História e Mito: os Povos Huni-Kuin e Guarani

Por Sandra Sedini para o IEA/USP em 23/08/2019

15° encontro da Jornada Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral.

O foco deste seminário estará em duas sociedades indígenas. O povo huni-kuin é formado por mais de cem aldeias distribuídas em doze terras indígenas e mais de 13.000 pessoas. É a maior etnia do Acre. Vivem na área do Alto Juruá e Purus e o Vale do Javari. Serão apresentadas suas estratégias de preservação de seus mitos fundacionais, a formação dos jovens como legatários desta rica herança, sem tolher seus contatos com as tecnologias avançadas e o universo urbano. Os guaranis têm uma ampla presença na América do Sul, abrangendo o sudeste e o sul do Brasil, a Bolívia, o Paraguai, a Argentina e o Uruguai. Três aspectos da identidade guarani são a “alma” (ava ñe'ë) e a língua; os ancestrais míticos e o conjunto de costumes e mitos que regulam a vida social.

Sobre a Jornada

A jornada de seminários compõe a disciplina "Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral", oferecida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP em associação à Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, uma parceria entre o IEA-USP e o Itaú Cultural.

O programa da disciplina foi formulado pelos dois titulares da Cátedra em 2019: o crítico, curador e historiador de arte Paulo Herkenhoff e a biomédica Helena Nader, professora da Unifesp. A intenção é promover uma discussão profunda sobre as inter-relações arte e ciência ao longo dos tempos, perpassando por aspectos como proeminência cultural de um país sobre outro, questões de gênero, de estilos e formatos.

No total, serão 19 aulas entre os meses de agosto e dezembro, sempre às quintas e sextas-feiras, das 14h às 17h, que irão reunir palestrantes e debatedores de diversas áreas do conhecimento e que são lideranças em suas áreas de atuação. Cada seminário terá um homenageado e abordará um tema específico.

Veja o programa completo (sujeito à alteração).

Homenageado:

Dua Busẽ. O octogenário cacique Dua Busẽ, da etnia Huni-Kuin, é uma liderança fundamental entre as sociedades indígenas brasileiras. Seu projeto de sociedade envolve os jovens na produção de um imaginário a partir dos mitos principais do panteón. Sua ideia é que a juventude abrace o universo simbólico de que é herdeira, sem recalcar sua curiosidade com relação às tecnologias e outras solicitações do mundo contemporâneo. Por isso, os huni-kuins, por exemplo, querem guardar sua memória na nuvem da web como modo de conservação física, divulgação internacional e aprendizado para os adolescentes das dezenas de  aldeias.

Exposição:

Dua Busê (pajé)

Zezinho Yube (cineasta)

Carlos Papá (líder indígena e cineasta)

Manuela Carneiro da Cunha (University of Chicago)

Elsje Maria Lagrou (UFRJ)

Xadalu (artista plástico)

Moderação:

Anna Dantes (Dantes Editora)