Etnologia e Escravidão: (Des)compromissos da Ciência com a Liberdade
17° encontro da Jornada Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral
A artista Rosana Paulino tem se dedicado a um vocabulário plástico para dar conta de como o processo de escravização se apropriava dos corpos negros. Também criava situações contemporâneas de neoescravismo. Uma de suas preocupações recentes é trabalhar com visões edênicas do Brasil e observar como a expansão da etnografia foi muitas vezes acompanhada por uma indiferença das ciências humanas com respeito à escravidão.
Comemoração da Semana da Consciência Negra.
Homenageada: Lélia Gonzales foi uma antropóloga que faleceu prematuramente, mas viveu o suficiente para resistir à ditadura e implantar perspectivas avançadas de compreensão do legado histórico africano no Brasil contemporâneo. Na complexidade de seus estudos, chegou a perceber na língua brasileira situações em que a norma culta desprezava como erro de sintaxe e outros e que ela percebeu serem marcas duradouras de línguas africanas na fala dos escravos. A esta fusão linguística antropofágica, ela denominou portunegro.
Organização
Programação
- Paulo Herkenhoff. O lugar de Rosana Paulino na história da arte brasileira (moderador)
- Rosana Paulino. A indiferença da etnologia com relação à sorte dos escravizados.
- Helio Menezes. Arte afro-brasileira contemporânea: entre políticas de (auto)representação, ativismos e produção de contra-narrativas históricas.
- Grupo EmpreZa (exibição do vídeo “Vila Rica”).