Encontros exploram os movimentos artísticos brasileiros e seus processos construtivos
Os 11º e 12º encontros da Jornada Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral acontecem nos dias 17 e 18 de outubro, às 14h, no Auditório do IEA (Rua Praça do Relógio, 109), e tratarão de aspectos de diversos movimentos artísticos brasileiros, como o Modernismo, a Tropicália, o Concretismo e o Neoconcretismo. Além disso, as trajetórias de Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Ferreira Gullar, José Celso Martinez, Mário Pedrosa e Oswald de Andrade serão revisitadas — os dois últimos serão homenageados nos encontros. Abertos ao público, os eventos terão transmissão ao vivo pela internet.
Mário Pedrosa
O 11º encontro, “Muito além de ‘Paulistas e Cariocas’ — Mário Pedrosa e Pontos Extremos da Modernidade no Brasil”, terá o crítico de arte brasileira Mário Pedrosa como homenageado. Ao abordar sua trajetória, a mesa de discussão passará pelo modo como Pedrosa viu as relações entre paulistas e cariocas e concretistas e neoconcretistas, além da maneira como discutiu as grandes divisões ideológicas do mundo e como observou o mercado e a ditadura militar brasileira.
Para os organizadores da jornada e titulares da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, o crítico, curador e historiador de arte Paulo Herkenhoff e a biomédica e professora da Unifesp, Helena Nader, Mário Pedrosa é “aclamado como o maior crítico de arte brasileira de todos tempos”, bem como “um autor seminal para compreender um momento especialmente elevado de pensamento crítico no Brasil”.
Nader será a moderadora do debate e Herkenhoff fará uma das exposições. Os outros participantes serão Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do IEA; Ton Marar, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP; e de Glória Ferreira, doutora pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e coordenadora da coletânea “Mário Pedrosa: Primary Documents”.
Do Neoconcretismo à Tropicália
O 12º encontro, intitulado “Brasil, do Neoconcretismo à Tropicália: Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Ferreira Gullar e José Celso Martinez”, será no dia seguinte, 18 de outubro. Ao relacionar os dois movimentos e analisar os artistas que deles fizeram parte, o debate abordará, segundo os organizadores, o processo construtivo brasileiro como “um embate incansável de ideias”. O Neoconcretismo “enfrentou a crise dos anos 60 com o esgotamento da geometria canônica, através de propostas participativas e no encaminhamento na direção do Tropicalismo”, tendo como fundamentos a produção de conhecimento e a presença do sujeito.
O homenageado do encontro é o escritor Oswald de Andrade. Para os organizadores, “existem artistas que são faróis da sociedade, porque lúcidos e indomáveis. E Oswald de Andrade é um paradigma que se renova sempre, porque não propunha modelos formais, mas modos de pensamento crítico que se renovam a cada geração”.
Andrade incluía em seus pensamentos e trabalhos a medicina, a antropologia, a eletrônica e outros campos da ciência. “Por isso, sua antropofagia pode envolver, sem decalques, o Cinema Novo e a Tropicália, como continua estimulando ações artísticas experimentais para muito além do cânon”.
As exposições serão de Celso Favaretto, doutor em Filosofia pela USP e professor da Faculdade de Educação da USP; Luiz Camillo Osório, professor e diretor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio e curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 2009 e 2015; Sérgio Bruno Martins, professor do Departamento de História da PUC-Rio; Tania Rivera, doutora em Psicologia pela Université Catholique de Louvain e pós-doutora em Artes Visuais na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Helena Nader. O debate terá Paulo Herkenhoff como moderador.
Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/catedra-11-12-encontros