Encontros abordam o concretismo em São Paulo e a relação entre arte e grupos marginalizados
Os 9º e 10º encontros da Jornada Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral acontecem nos dias 26 e 27 de setembro, às 14h, no Auditório do IEA (Rua Praça do Relógio, 109). Há 40 vagas abertas ao público, com ingresso por ordem de chegada, além de transmissão ao vivo pela internet.
O 9º encontro, chamado “Diagramas da Alteridade”, acontece dia 26 e será dedicado aos momentos em que a arte se torna um processo de envolvimento entre o projeto do artista e segmentos da sociedade que são marginalizados, fragilizados ou oprimidos. Ao compartilhar os direitos e frutos da obra com as pessoas retratadas, o artista reconhece a “subjetividade autoral e a condição de sujeito econômico da arte”, segundo os organizadores, Helena Nader e Paulo Herkenhoff, titulares da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.
Os homenageados do encontro, Cláudia Andujar e Geraldo de Barros, são exemplos. A fotógrafa atua desde o final da década de 1960 na defesa dos Yanomamis, utilizando a arte como instrumento de denúncia do genocídio dessa etnia e para esclarecer a sociedade brasileira sobre os valores espirituais e humanos dos índios. Andujar também compartilhou os resultados econômicos de seu trabalho fotográfico e tornou os indígenas herdeiros dos direitos de imagem.
Geraldo Barros, artista múltiplo que explorou a pintura, a fotografia e as artes gráficas, será lembrado pela sua empresa de fabricação de móveis, a Unilabor — organizada em moldes de socialização dos lucros.
As exposições serão de Alexandre Romariz Sequeira (UFPa), Christian Ingo Lenz Dunker (IP/USP), Eduardo Frota (escultor), Maurício Dias (videoartista), Paula de Lima Trope (artista plástica) e Rosana Palazyan (artista visual). Paulo Herkenhoff será o moderador.
Concretismo
No dia 27, o 10º encontro, intitulado “Concretismo, Razão e Industrialização”, abordará o movimento artístico que, segundo os organizadores, “absorveu ideias da estética industrial e fez o elogio da razão”. No Brasil, teve a cidade de São Paulo como seu maior centro de manifestação, representando uma dimensão ideológica da identificação paulistana com a ideia de progresso.
A homenageada será Aracy Amaral, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Para Helena Nader e Paulo Herkenhoff, “uma paladina da arte latino-americana”, que se destacou nos campos da museologia, curadoria e circulação da arte.
Os expositores serão os pesquisadores Glauco Arbix (FFLCH/USP) e Talita Trizoli (IEB/USP), além do próprio Herkenhoff, por sua trajetória como curador e crítico de arte. Helena Nader será a moderadora do debate.
Fonte: http://www.iea.usp.br/noticias/concretismo-relacao-arte-grupos-marginalizados