Brasil, Brasis e sua Complexa Formação Social

Por Sandra Sedini para o IEA/USP em 23/08/2019

14° encontro da Jornada Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral. A complexa história da formação social do Brasil é atravessada por múltiplos movimentos, desde o choque para as populações autóctones (e sua “hospitalidade traída”) e a escravização dos africanos para a empresa colonial portuguesa. Ao longo da história o tripé étnico de Graça Aranha e Oswald de Andrade se pôs como uma estratégia de poder simbólico. Foram selecionados grupos sociais excluídos ou relegados pelo eurocentrismo do aludido tripé. Complementarmente, o Brasil plural enfrenta histórias de violência na dimensão geográfica, étnica e de classe social.

Sobre a Jornada

A jornada de seminários compõe a disciplina "Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: Gênero, Neocolonialismo e Espaço Sideral", oferecida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP em associação à Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, uma parceria entre o IEA-USP e o Itaú Cultural.

O programa da disciplina foi formulado pelos dois titulares da Cátedra em 2019: o crítico, curador e historiador de arte Paulo Herkenhoff e a biomédica Helena Nader, professora da Unifesp. A intenção é promover uma discussão profunda sobre as inter-relações arte e ciência ao longo dos tempos, perpassando por aspectos como proeminência cultural de um país sobre outro, questões de gênero, de estilos e formatos.

No total, serão 19 aulas entre os meses de agosto e dezembro, sempre às quintas e sextas-feiras, das 14h às 17h, que irão reunir palestrantes e debatedores de diversas áreas do conhecimento e que são lideranças em suas áreas de atuação. Cada seminário terá um homenageado e abordará um tema específico.

Veja o programa completo (sujeito à alteração).

Homenageado:

Emanoel Araújo. O artista Emanoel Araújo representa um brilhante capítulo da história da arte dos afrodescendentes do Brasil. É aquele que volta à África em busca de matrizes estéticas e espirituais, atávicas ou contemporâneas para alimentar o projeto constitutivo brasileiro. Seu trabalho na arquitetura estética do Museu Afro Brasil significa uma ação que o Estado brasileiro não foi capaz de fazer com referência à cultura da maioria mestiça do Brasil. Seu olhar foi capaz de englobar também nossos cientistas negros. Por sua grandeza e abrangência, o Museu Afro não tem um par na cena internacional.

Exposição:

Ailton Krenak (líder indígena)

Michel Schlesinger (Congregação Israelita Paulista)

Marcelo Campos (UERJ)

Soraya Soubhi Smaili (UNIFESP)

João de Jesus de Paes Loureiro (UFPA)

Moderação:

Paulo Herkenhoff (Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura de Ciência do IEA)