Polícia retoma investigação sobre o furto de obras no Masp
Alguns dos policiais civis de São Paulo responsáveis por investigar o furto de duas telas do Masp, na madrugada do último dia 20, foram orientados por seus superiores a passar o Natal assistindo filmes sobre crimes ou criminosos hábeis em tentar enganar a polícia, principalmente aqueles dedicados ao furto de obras de arte.
Motivo: quando recomeçarem hoje as investigações sobre os três ladrões que furtaram o museu, os policiais terão de apresentar novas idéias que os ajudem a localizar "O Lavrador de Café" (da década de 30, óleo sobre tela, 100x81 cm), do brasileiro Candido Portinari (1903-1962) e "Retrato de Suzanne Bloch" (1904, óleo sobre tela, 65x54 cm), do espanhol Pablo Picasso (1881-1973).
As gravações feitas pelas câmeras do Masp, que estão sendo analisadas por técnicos da Polícia Civil e do Ministério Público, são a única prova do furto.
Na ação, os ladrões usavam luvas brancas e não foram encontrados vestígios de digitais no interior do museu nem no macaco hidráulico e no pé-de-cabra usados na invasão e abandonados no local.
Os técnicos concentram a análise nas imagens registradas em três dias --no dia 29 de novembro e no dia 17 de dezembro, quando ocorreram outras tentativas de invadir no museu, e na última quarta-feira, quando as obras foram levadas.
No último dia 23, a direção do museu fez um apelo para que a população colabore com informações sobre o destino dos quadros furtados. As informações devem ser repassadas para o Disque Denúncia --pelo telefone 181.
A expectativa inicial era de que o museu fosse reaberto hoje. No entanto, na última segunda-feira (24), a administração do Masp informou que a instituição será reaberta somente no dia 8 "em função das providências que estão sendo tomadas" após o furto. A direção do museu avalia quais as mudanças devem ser tomadas na segurança do prédio.