Masp demite 21 funcionários em meio à pandemia do novo coronavírus
Museu afirmou que os cortes foram inevitáveis depois de quatro meses sem atividades
Uma das instituições de arte mais tradicionais de São Paulo, o Masp demitiu 21 empregados na semana passada. Eles representavam cerca de 13% do quadro de funcionários do museu.
Segundo um ex-funcionário que preferiu não se identificar, as demissões atingiram ao menos seis áreas, entre elas acervo, comunicação, educativo e produção. Um dos poucos setores que não foram afetados foi o da curadoria.
Em nota, o Masp afirmou que o corte foi inevitável “diante do extenso período em que o museu se encontra fechado e das perspectivas pouco favoráveis de retomada, tanto em termos de público como de receita”. A organização acrescentou que pagará um salário adicional aos empregados dispensados, além de um mês extra de vale-refeição.
Além das demissões, o museu declarou que, para manter sua saúde financeira neste contexto, também recorreu à diminuição de despesas administrativas e de salários e de jornadas, em acordo com a Medida Provisória 936.
Ainda reduziu a programação de mostras daqui para frente —uma das mudanças, por exemplo, foi o adiamento do ciclo de exposições "Histórias Indígenas" de 2021 para 2023, em razão das dificuldades para fazer empréstimos internacionais no contexto da pandemia e da alta do dólar.
“O Masp é um museu privado, e tem como fonte de receita suas operações, como ingressos, restaurante, lojas e locação de espaços para eventos e espetáculos, todas paralisadas desde o seu fechamento, há quatro meses”, diz a instituição.
“O museu também conta com patrocínios privados que, em um momento em que a economia e as empresas enfrentam dificuldades, sofrem redução.”
Além do Masp, vários outros museus demitiram funcionários durante a pandemia. No Rio de Janeiro, o Museu de Arte Moderna (MAM) e o CCBB sofreram cortes, assim como uma série de equipamentos da Prefeitura, entre eles o Centro de Artes Hélio Oiticica, o Centro Cultural Sérgio Porto e o Museu Histórico da Cidade.
Em São Paulo, o Museu Afro Brasil, no parque Ibirapuera, dispensou 23 empregados, quase um terço do quadro de funcionários da instituição.
No início de julho, o governador João Doria (PSDB) anunciou que, se a capital paulista permanecesse por quatro semanas consecutivas na fase amarela, museus e centros culturais, assim como cinemas e teatros, poderiam reabrir a partir do dia 27 deste mês. A decisão final caberia, no entanto, ao prefeito Bruno Covas (PSDB).