Sob a forma de constelações, 30ª Bienal de SP anuncia tema e artistas
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (12), os organizadores da Bienal de São Paulo anunciaram os detalhes sobre o evento deste ano. A Iminência das Poéticas será o tema de sua 30ª edição, que acontece de 7 de setembro a 9 de dezembro.
De acordo com o curador, o venezuelano Luis Pérez-Oramas, a Bienal será dividida em "constelações" de obras e artistas que conversam entre si. Dentro das constelações, haverá quatro zonas curatoriais (Sobrevivências, Alterformas, Derivas e Vozes) e uma zona transversal (Reverso), como forma de articular os componentes expositivos do quadro geral da mostra.
Pérez-Oramas ainda afirma que esta é "a Bienal da percepção da imagem", ao citar o ponto central da reflexão proposta, que ele classifica como "iminências": "o que está a ponto de acontecer, a palavra na ponta da língua, o silêncio imprevisto que antecede a decisão de falar ou de não falar, a arte como estratégia discursiva e a poética em sua pluralidade e multiplicidade".
A conectividade entre as obras sugere a experiência e o questionamento, mas sem deixar que o artista e as composições fiquem ilhados. "Saber viver é respeitar o que não conhecemos", disse o venezuelano ao comentar que os participantes da Bienal não estão representando um tema ou um mundo, mas estão por eles próprios, por suas obras e investigações.
Quanto ao projeto educativo, introduzido à Bienal desde a sua 2ª edição, em 1953, a curadora Stela Barbieri explicou que serão desenvolvidas ações durante todo o ano. Formado por uma equipe de artistas, educadores e pesquisadores, o Educativo Bienal propõe desenvolver iniciativas, cursos e oficinas que provoquem reflexão sobre o tema da mostra, assim como sobre a vida e a arte contemporânea em suas diversas manifestações.
Outra novidade é a maneira como foi desenvolvida a identidade visual do evento deste ano. Pela primeira vez foi criado um workshop aberto a participantes selecionados e designers convidados, que criaram trinta cartazes baseados na ideia de constelação, ponto central do projeto curatorial.
Entre os artistas que irão compor a mostra, estão estrangeiros e brasileiros, que totalizam 110 nomes. Segundo Heitor Martins, presidente da fundação Bienal, o número de representantes brasileiros (23), é pequeno, pois houve uma redução no total de participantes, se comparado com outras edições. Na safra nacional estão artistas como Arthur Bispo do Rosário, Alberto Bitar e Eduardo Berliner, entre outros.