Organizações, mercado, arte e sistema da arte
Organizações, mercado, arte e sistema da arte:
Refletir sobre a arte, que surge da mais essencial necessidade humana por superação, deveria ser um dos esforços das organizações no movimento da sustentabilidade.
A corporação entendida apenas como um ente social privado, com direcionamento e propósitos únicos, incontestavelmente balizados por um olhar mercadológico, pode esconder ou reforçar uma falsa dicotomia entre o que é publico e o que se convencionou chamar privado. Deve ser esta a nossa primeira reflexão. Antes mesmo de analisar a existência ou não de movimentos de apropriação - para entender como coexistir com a sagrada relação artista-obra-fruidor sem desvirtuá-la - será necessário avaliar como a organização interpreta seu papel na sociedade.
Nenhum empreendimento tem isenção política. O que está em jogo afinal?
A pergunta elementar é: como trabalhar COM arte? Como interagir com o sistema da arte? Como conciliar a lógica linear do mercado com a complexidade da expressão humana? Que princípios podem ser explicitados, e, tangíveis, potencializar o desenvolvimento humano e social?
A esfera simples e linear do marketing de relacionamento e a comunicação institucional convencional - que vê o empreendimento cultural como mídia e investe em arte apenas para reforçar atributos de marca - não se sustenta frente aos novos paradigmas da sociedade complexa. Um dos desafios do debate é compreender como a Fiat, uma comunidade formada por mais de 22 mil pessoas, majoritariamente brasileiros e italianos, ligadas diretamente ao mesmo universo organizacional, procura empreender um aperfeiçoamento constante nas formas de relacionamento com a sociedade e suas instituições.
Serão estes os aspectos fundamentais que abordaremos, exemplificado com o histórico de ações culturais, sociais e educacionais empreendidos pela Fiat na última década.
João Batista Simon Ciaco
Diretor de Publicidade
Fiat Automóveis S.A.