6º. SEMINÁRIO: ACRE"

27ª. Bienal de São Paulo – “Como viver junto” - Seminários Internacionais - Acompanhe aqui as atividades do seminário por meio da transmissão on-line e dos relatos das palestras e debates.


Logo Bienal - marcel 30 - janeiro de 2006Fórum Permanente: Museus de Arte - entre o público e o privado

 

Seminário AcreProgramaçãoDocumentação

 

APRESENTAÇÃO

A 27ª Bienal de São Paulo realiza nos dias 10 e 11 de novembro o sexto e último seminário internacional, que encerra um ciclo de conferências em torno dos valores que guiam a produção artística contemporânea apresentada no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, desde 7 de outubro. Organizado pelo co-curador José Roca, o seminário “Acre” traz para a Bienal a discussão sobre fronteiras, territórios e conflitos entre os povos que vivem juntos na mesma região. O presidente da Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participarão da abertura do seminário, na sexta-feira (10 de novembro), às 19 horas.

O Acre, Estado brasileiro antes pertencente à Bolívia, foi adquirido pelo Brasil em 1904 e ocupado por seringueiros. Numa terra que serviu de empreendimento comercial, ocupação extrativista e fonte de riqueza biológica, a contestação está na origem de seu  desenvolvimento, situando a história do território entre questões abarcadas pelos eixos conceituais desta 27ª Bienal.

“Dentro da reflexão de Roland Barthes acerca do viver junto, um dos tópicos mais analisados é o cuidado entre ritmos diferentes de vida, de modo que o singular não perca sua batida própria quando adere ao coletivo. No Acre, mesmo após o colapso do ciclo da borracha, podem ser ouvidas as lendas dos povos da floresta amazônica e a luta dos seringueiros contra a desfiguração da paisagem”, explica a curadora-geral da 27ª Bienal, Lisette Lagnado.

Este universo está presente na 27ª Bienal em obras do artista acreano Hélio Melo e estrangeiros que fizeram residência em Rio Branco e áreas circundantes. A obra de Hélio Melo é apresentada como projeção da estética local ao lado do garimpo de três artistas residentes que trouxeram o Acre para dentro de suas obras: Alberto Baraya, Marjetica Potrc e Susan Turcot. O primeiro lembra a tautologia produtiva da região com sua árvore feita do látex extraído do tronco que serviu de modelo para a obra. Marjetica Potrc reflete sobre as soluções encontradas para levar educação e tecnologia aos pontos mais remotos da floresta. Susan Turcot pesa as diferenças entre a concepção indígena do mundo e a realidade da construção da Transamazônica em sua instalação.

“No contexto da 27ª Bienal, cujos principais temas incluem a possibilidade de convivência pacífica, em um mesmo território, de sociedades com ‘ritmos internos’ diferentes, o Acre pode ser considerado o lócus de preocupações tais como a busca de formas alternativas de comunidade e a construção de um espaço comum; justiça ambiental; estratégias de sobrevivência; inclusão do não-artista e do forasteiro como exemplos vitais do processo criativo; a questão das populações indígenas do Brasil; fronteiras políticas; isolamento e a tradição do pensamento; novas formas de coletividade; viagem e deslocamento como formas de conhecimento; a floresta e seus produtos como insumos do fazer artístico; autodidatismo e outros assuntos relacionados”, explica o co-curador José Roca, que organiza o encontro “Acre”.

 

10 E 11 DE NOVEMBRO DE 2006
AUDITÓRIO DA FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO
Mediador e organizador:
José Roca

Palestrantes:
José Carlos Meirelles, David Harvey, Francisco Foot Hardman, Manuela Carneiro da Cunha, Marina Silva e Thierry de Duve.



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