Em conferência no IEA, Roger Buergel propõe museus não categorizados
por Fernanda Rezende - publicado 31/01/2017 15:15 - última modificação 13/02/2017 12:08 para o Instituto de Estudos Avançados da USP
Roger Buergel, diretor do Museu Johann Jacobs, de Zurique, Suíça |
Atualizado em 8 de agosto: Por motivos de saúde, o conferencista Roger Buergel precisou cancelar sua vinda ao Brasil e, portanto, não estará presente no IEA. A discussão sobre o tema proposto ainda acontecerá nos mesmos horário e local, mas será conduzida por Lisette Lagnado, diretora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; Carlos Roberto Brandão, diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP; José Teixeira Coelho Neto, ex-diretor do MAC-USP e curador-geral do Masp de 2006 a 2014; e do ex-diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, curador e jornalista especializado em cultura Marcelo Rezende. A coordenação do encontro tenta viabilizar a participação de Buegel por videoconferência.
Roger Buergel, diretor do Museu Johann Jacobs, de Zurique, na Suíça, e curador da 12ª Documenta em Kassel, Alemanha (2003-2007), estará na Sala de Eventos do IEA para a conferência O Museu das Coisas Intermediárias. A fala será em inglês, com tradução simultânea, e transmitida ao vivo pelo site do IEA.
No dia 9 de fevereiro, às 14h30, ele tratará da necessidade de dar mais visibilidade e espaço para coisas que hoje estão numa condição intermediária ("in-between") no campo da cultura. Na opinião de Buergel, é preciso se livrar das categorias museológicas e das distinções entre arte e não arte, promovendo a apreciação da singularidade dos objetos em exposição. O pesquisador acredita que a existência de categorias nos museus leva a um direcionamento da percepção humana sobre as coisas.
De acordo com Martin Grossmann, coordenador do Grupo de Pesquisa Fórum Permanente, que organiza o encontro, o formato de museu proposto por Buergel opera em um modo pós-colonial (transcultural), crítico a um modelo museológico desenvolvido na Europa nos séculos XVIII e XIX, mas muito forte ainda hoje. "É um museu que promove uma relação mais horizontal entre as culturas, línguas e cosmologias, onde o objeto - 'a coisa' - pode atuar 'entre', seja em relação às categorias museológicas ou de disciplinas, ou em relação às diferentes noções de espaço e tempo", explica.
Grossmann lembra que, no Brasil, principalmente no âmbito da teoria e da crítica culturais, essas possibilidades de atuação deslocadas da tradição moderna europeia já vêm sendo exploradas, como por exemplo por Roberto Schwartz, em "As ideias fora do lugar" (1977), e em particular por Silviano Santiago, em "O entre-lugar do discurso latino-americano" (1971).
O encontro no IEA terá, após a fala de Buergel, debate com a participação de Lisette Lagnado, diretora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; Carlos Roberto Brandão, diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP; José Teixeira Coelho Neto, ex-diretor do MAC-USP e curador geral do Masp de 2006 a 2014; e do ex-diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, curador e jornalista especializado em cultura Marcelo Rezende. A moderação será de Grossmann.