Encontro dos artistas Vik Muniz e Leandro Erlich
O programa Meridianos, da Casa Daros, traz em outubro o encontro dos artistas Vik Muniz e Leandro Erlich
Oi Futuro do Flamengo – Teatro
[Nível 7]
13 de outubro de 2011,quinta-feira, às 19h30
Vik Muniz e Leandro Erlich
Entrada franca
A Casa Daros e o Oi Futuro apresentam no próximo dia 13 de outubro de 2011, às 19h30, o encontro aberto ao público dos artistas Vik Muniz [1961, São Paulo] e Leandro Erlich [1973, Buenos Aires]. Ambos têm trabalhos na Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, que reúne 1.100 obras, de 106 artistas. O encontro é gratuito e haverá distribuição de senhas no local 30 minutos antes do evento.
Isabella Rosado Nunes e Eugênio Valdes, diretores da Casa Daros, explicam que o programa Meridianos atende a um dos principais objetivos da instituição, que é “o dar voz ao artista e colocar em debate a conjuntura da sua obra”. “Além disso, o programa traduz a essência da Casa Daros, que reúne arte, educação e comunicação”, afirmam.
O encontro de Vik Muniz e Leandro Erlich será mediado pela crítica e curadora Ligia Canongia. Artistas que possuem carreiras internacionais de grande êxito, Vik e Erlich compartilham o fato de terem alcançado destaque na disputada cena artística de Nova York – cidade em que ambos residiram durante alguns anos.
Este é o quarto encontro do programa Meridianos, que já reuniu os artistas Carlos Cruz-Diez e Waltercio Caldas, em maio, Teresa Serrano e Lenora de Barros, em julho, e Gonzalo Diaz e José Damasceno, em agosto. Na última edição do ano, no dia 29 de novembro, às 18h30, no CCBB Rio, participarão do encontro público os artistas Julio Le Parc [1928, Mendoza, Argentina] e Iole Freitas [1945, Belo Horizonte].
SIMILARIDADE DE REPERTÓRIO
A reunião de Leandro Erlich e Vik Muniz se fez natural devido à similaridade de repertório presente nos dois artistas. Suas obras empregam uma série de perguntas direcionadas ao olhar, à maneira como vemos as coisas e à realidade. No caso de Vik, estas perguntas estão presentes em boa parte dos trabalhos realizados a partir da segunda metade da década de 1990. Como salientou a crítica Luísa Duarte no catálogo raisonné do artista, essa questão está baseada “[...] no uso da fotografia que é sabedor de seu poder de duplicar o real e ser, ao mesmo tempo, um falso duplo do real, como nos fala Vilém Flusser (1920-1991). Sua obra enseja novas formas de ver e pensar o que olhamos, sempre incutindo uma dúvida sobre o que estamos vendo”. De acordo com Vik Muniz, muito de seu trabalho consiste em “esquentar a discussão entre imagem e realidade até que se torne uma briga. É justamente este ponto de ruptura, em que imagem como conhecimento parece perder a aderência à realidade, que estou sempre procurando”.
Leandro Erlich também se inscreve na zona duvidosa do olhar e da capacidade perceptiva do espaço. Trabalha não com fotografias, mas com instalações nas quais o espectador é convidado a adentrar e a interagir – sempre sob o signo da dualidade entre o falacioso e o verossímil – , operando, eventualmente, uma suspensão da realidade. Suas obras exploram a cognição naturalizada do mundo. Nelas, o espectador é forçado a reexaminar a natureza daquilo que é tido como evidente, uma espécie de trompe-l'œil da tridimensionalidade.
PROGRAMA DE REFLEXÃO E MEMÓRIA
Meridianos pretende abranger as áreas de reflexão, registro, memória e pesquisa, e além dos encontros dos artistas com o público, o programa prevê ainda a realização de um DVD e a produção de um livro a serem destinados a bibliotecas e acervos documentais de outras instituições. O DVD irá conter entrevistas com cada um dos artistas, o registro de visitas dos artistas estrangeiros a ateliês de artistas brasileiros, e a cobertura das mesas-redondas realizadas. O livro conterá as falas dos artistas, além de outras informações relacionadas a eles, como biografia e obra. “Meridianos tem como objetivo reunir e disseminar informações valiosas sobre a arte latino-americana”, informa Isabella Rosado Nunes.
Por conta da monumental e detalhada obra de restauro e reforma do casarão de 1866, a Casa Daros vem realizando os encontros públicos em instituições parceiras, como o MAM Rio, Oi Futuro e CCBB. A Casa Daros está com abertura ao público prevista para 2012.
MERIDIANOS
O nome “Meridianos” foi retirado de uma fala do venezuelano Carlos Cruz-Diez durante uma mesa-redonda em 2008, em Zurique, por ocasião da exposição “Face to Face”, no espaço de exibição da Daros Latinamerica. Ele explicava sua decisão de deixar sua cidade para viver e trabalhar em Paris na década de 1960, pois lá era a “cidade pela qual passava um dos meridianos da arte e da experimentação”.
“Desde então pensamos em realizar algo a partir dessa afirmação”, conta Isabella Rosado Nunes, diretora da Casa Daros, à frente do programa junto com o diretor de arte e educação Eugênio Valdes. Eles ressaltam que a própria Daros Latinamerica pode ser percebida dentro deste parâmetro de cruzamento de meridianos, “já que se trata de uma coleção de arte da América Latina baseada na Suíça, com um programa para o continente a partir do Rio de Janeiro”. “Essa conjuntura singular atravessa distintos objetivos e ideias, que estimulam o debate rico em torno da arte no ano que antecede a abertura da Casa Daros”, afirma Eugênio Valdes.
“A noção de meridiano não tem a ver somente com um aspecto espacial, cartográfico. Um meridiano é uma localização que leva em consideração referências espaciais e temporais que cada um decide ‘habitar’”, ressalta.
VIK MUNIZ E LEANDRO ERLICH – PEQUENAS BIOGRAFIAS
Vik Muniz
É um dos artistas brasileiros de maior representatividade no circuito internacional. Reconhecido por suas inventivas recriações, Vik Muniz ingressou no campo da produção artística desenvolvendo esculturas ainda na década de 1980, época em que foi morar nos Estados Unidos. O fascínio pela documentação fotográfica de seus objetos, somado a um interesse pelo desenho que vinha desde a infância, o levaram ao meio em que encontraria sucesso e posteriormente desenvolveria um profundo trabalho de pesquisa: a fotografia.
O diferencial está no fato de que a fotografia aqui não representa um simples registro da obra de arte. Suas elaboradas composições imagéticas são construídas para, tão logo fotografadas, serem destruídas, tal qual matrizes efêmeras. No caso de Vik Muniz, a documentação é a obra de arte. Apenas a fotografia fica perpetuada e é ao que as pessoas terão acesso.
A poética de Vik Muniz tem como uma de suas principais características a acessibilidade. Reproduzindo com os mais diversos e improváveis materiais imagens de fácil identificação, que fazem parte do repertório visual da maior parte das pessoas, Vik atrai a atenção do público, desafiando sua percepção. É oferecida ao espectador a possibilidade de escolha sobre o que ele deseja ver, a imagem como um todo, ou as pequenas partes que a formam, cada uma por si só significante.
Vik Muniz nasceu no Brasil em 1961. Realizou exposições no Museum of Modern Art (MoMA) e no P.S. 1 MoMA, em Nova Iorque; no Museo d’Arte Contemporanea di Roma (MACRO); no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – onde foi realizada em 2009 a retrospectiva “Vik Muniz”, com curadoria do próprio artista, que recebeu público recorde -; além de ter participado da Bienal de Veneza, em 2001.
Suas obras estão presentes nas coleções Daros Latinamerica, em Zurique; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri; Museum of Modern Art (MoMA) e Guggenheim Museum, em Nova Iorque; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte de São Paulo; The J. Paul Getty Museum, em Los Angeles; e Tate Modern Gallery, em Londres.
Leandro Erlich
É um artista argentino de grande renome internacional. Já em 1991, antes mesmo de completar vinte anos, realizou sua primeira exposição, em sua cidade natal. Em seguida participou de residência no Museum of Fine Arts, em Houston, Estados Unidos, onde, em 1999, criou aquela que se tornaria sua obra mais famosa, “Swimming Pool”.
Conhecido por suas instalações interativas, Erlich realiza um tipo de trabalho que necessita da participação do público para acontecer. Sua temática gira em torno da desconstrução da realidade, provocando estranhamento, desorientação e incredulidade.
Trabalhando com espaços cotidianos, como prédios, piscinas, barcos e escritórios, Erlich utiliza-se de portas, janelas e espelhos para provocar inversões, ilusões óticas e desafiar a percepção do espectador. O objetivo, no entanto, não é enganar o público. O truque, que à primeira vista pode parecer indecifrável, foi feito para logo em seguida ser entendido, segundo o artista.
Lendro Erlich nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1973. Participou da Primeira Bienal do Mercosul, em 1997, da Bienal de Havana, em 2000, da Bienal de São Paulo, em 2004 e da Bienal de Veneza, em 2001 e 2005. Também realizou exposições individuais no Museo Nacional Reina Sofia, em Madri, no P.S.1 MoMA, em Nova Iorque, e no Museo d’Arte Contemporanea de Roma (MACRO). Suas obras fazem parte de coleções como Daros Latinamerica, em Zurique, Tate Modern, em Londres, Museo de Arte Moderno de Buenos Aires e Museum of Fine Arts, em Houston.
SERVIÇO: PROGRAMA MERIDIANOS
Encontro com os artistas Vik Muniz e Leandro Erlich
13 de outubro de 2011, às 19h30 – Oi Futuro Flamengo – Teatro [Nível 7]
Entrada franca – Distribuição de senhas 30 minutos antes
Capacidade: 80 lugares
Duração: cerca de duas horas
Oi Futuro
Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, Rio de Janeiro
Terça a domingo, das 11h às 20h.
Informações: 21 3131 3060
Oi Futuro – Assessoria de Comunicação
Letícia Duque – 21 3131 2517
Mais informações: CW&A Comunicação
Claudia Noronha / Marcos Noronha / Beatriz Caillaux
21 2286.7926 e 3285.8687