Resumos de Palestras

Resumo das palestras do Prof. Dr. Martin Grossmann e Dr. Jur. Alexander Kluge a serem apresentadas no dia 4 de Dezembro de 2015, durante a Perspektiven 15, evento de debates e palestras a cerca do Humboldt-Forum em Berlim.



Perspektiven 15_Berlin_Alemanha_Dezembro 2015

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O Guia do Estrangeiro da Galáxia dos Museus

[veja o vídeo]

Prof. Dr. Martin Grossmann, Instituto de Estudos Avançados USP e Fórum Permanente Associação Cultural.

O museu de arte do século 20 é baseado em um paradigma consolidado, o do "cubo branco". Predominantemente, este é internacionalmente considerado um modelo universal para o museu de arte tendo o MoMA em Nova York como expoente. Uma crítica consistente tem sido capaz, no entanto, de desconstruir esse tipo de museu revelando a epistemologia e as ideologias que estão por trás de sua predominância em todo o mundo. Um dos resultados é o fato de que outras tipologias de museus estarem fortalecendo suas diferenças e, assim sendo, também adquirindo reconhecimento globalmente. Hoje somos capazes de experimentar variadas "mise-en-scène" na esfera da arte. Essa crítica, como um campo de força (Adorno), está em ação constante, muito ativa, e vem sendo produzida por diferentes processos, meios e formas, seja através de teoria, ações artísticas, programas educacionais, novas arquiteturas e plataformas críticas. No entanto, há um fenômeno cultural contemporâneo notável no que diz respeito a este cenário, que merece toda a nossa atenção: o museu paradoxal.
É claramente um resultado da "sociedade do espetáculo" (Debord), tendo como pano de fundo museu "espetaculares" como, por exemplo, o 'Beoubourg' em Paris, o Guggenheim de Bilbao, a Tate Modern de Londres e a atualização constante do MoMA (desde 1939) em Nova Iorque. Esta mudança de paradigma ao paradoxo é mais evidente hoje em dia na inevitável polêmica lançada pelo Humboldt-Fórum em Berlim.
Minha contribuição para a Conferência pretende oferecer um storyboard para um guia crítico voltado aos frequentadores do museus na contemporaneidade. Usuários que enfrentam este fenómeno cultural em diferentes localidades do globo. Este guia crítico pode, no futuro, assumir a forma de um livro ou de outras possíveis interfaces de conhecimento digitais.

Ainda temos um longo caminho a percorrer antes  que o Centro Espiritual de nossa República preencha o vazio de seus espaços

Alexander Kluge, advogado, cineasta, autor literário, Düsseldorf


O projeto proposto pelo Fórum Humboldt apresenta um desafio para todas as formas de mídia, e acima de tudo para o conceito de "público” como tal. Não é suficiente  lançar nosso olhar a partir da República alemã para as demais nações do mundo. A pergunta deveria ser: Quais coisas estão em fluxo constante em nosso planeta desde a Pangeia, antes e depois da invenção da escritura? E quanto disso ainda é representado pelo público atual? O que diferencia a perspectiva de longo prazo da "história acessível" da dispneia do presente? Como são as sociedades, processos de mudança, âncoras de caráter, – isto é, tudo o que nós chamamos de presente – entrelaçado com todos os outros tempos? Qual é o papel da imagem em movimento em tudo isso? Minha apresentação será baseada no livro History of the World in 100 Objects de Neil MacGregor e Kinder des Prometheus: Eine Geschichte der Menschheit vor der Erfindung der Schrift de Hermann Parzinger.


 

DEBATE com a participação de Horst Bredekamp, Hermann Parzinger, Alexander Kluge & Martin Grossmann; moderação de Stephanie Czerny

 

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