A curadoria no campo expandido: pós-institucionalismo?
projeto curatorial que explora modos de trabalhar processuais
[ RELATO ] & [TEXTO] por Diogo de Moraes
22 de novembro de 2007
às 19h30
Centro Cultural São Paulo (metrô Vergueiro) - Sala de debates
Ann Demeester
Ana Maria Tavares
Martin Grossmann (mediador)
Palestra sobre a mudança nas posições curatoriais, partindo da premissa de que a existência de instituições artísticas e o emprego do tradicional formato de exposição está sendo, no hemisfério ocidental, crescentemente questionada no contexto de um campo expandido (multi) cultural, econômico e sócio-político. Algumas vozes críticas prevêem que dentro deste campo, instituições artísticas e suas essencialmente estruturas e metodologias “fixas” se tornarão anacrônicas. Para o curador, filiado ou não a uma instituição, a imersão da arte neste “campo expandido” e as implicações/conseqüências que há nas estruturas e formatos de produção, reflexão e exibição pedem por um contínuo re-posicionamento.
Na última década o termo “Novo institucionalismo”, cunhado pelo escritor escandinavo Jonas Ekberg e a curadora alemã Nina Montmann, tem sido usado para apontar para tipos “alternativos” de instituições artísticas devido a sua natureza participativa, aberta e discursiva. Recentemente, o termo “pós-institucionalismo” tem sido usado para referir a um novo tipo de questionamento. Charles Esche, atualmente diretor do Museu Van Abbe coloca da seguinte maneira: “O que queremos dizer por temporário quando se trata do espaço público institucional do museu, centros culturais e espaços de artistas? O caráter temporário ou provisório dos projetos ou programas que são constantemente colocados para negociação e alteração em todos os momentos possíveis, pode ser, eu acredito, um gatilho para um construtivo refazer da relação da arte com o social e a emancipação em nosso atual tempo de pós-vanguarda (pós-guerra fria)?
Em geral, nós podemos nos perguntar se nós chegamos a um tempo onde a extensiva “desinstitucionalização” é requerida? Organizações estáveis e permanentes são realmente necessárias ou seu formato de trabalho mais compatível com as atuais circunstâncias? Ou como o teórico dinamarquês Simon Sheikh dirá: "O campo da arte transformou-se num campo de possibilidades de intercâmbio e análise comparativa. Ele tem se transformado num campo de pensamento, de alternatividade e pode, crucialmente, agir como um campo de cruzamento, um intermediário entre diferentes campos, modos de percepção e pensamento como também entre posições e subjetividades muito diferentes. Por isso, ele tem uma posição muito privilegiada, se não escorregadia e crucial na sociedade contemporânea… A instituição de arte não como o pilar da tradição e da ordem social estável, mas como o produtor de uma certa instabilidade, fluxo e negociação".
O ponto de partida para a discussão neste workshop será a questão se o produtor deste tipo de “fértil” instabilidade deva ser estável, se uma instituição similar que busca na produção de efeitos multiplicados em diferentes níveis não deveria ser num sentido positivo “sem forma” e “indefinida”. O workshop pretende discutir essas questões e sua influência na prática tanto do curador institucional quanto do curador independente na forma de uma sessão de leitura coletiva e um diálogo como conseqüência.
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