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Narrativas Contemporâneas – Outros públicos e Protagonismos

Relato sobre a Mesa “Projeto x Apropriação: Outros Saberes, Outras Histórias”, ocorrida em 23/11/2016, em Brasília, Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo)

Relato por Narla Skeff

 

No contexto dos Encontros de mediação na arte contemporânea, edição Brasília, coordenada por Cayo Honorato, com a produção de Viviane Pinto e apoio técnico do Fórum Permanente, a segunda mesa do seminário Públicos e Mediação Cultural, intitulada Projeto x Apropriações, teve a participação das convidadas Adriana Russi e Cristiane Portela. Ambas foram apresentadas por Luiz Carlos Ferreira, mediador e debatedor da mesa, que mencionou as principais áreas de atuação e interesse das palestrantes.

Na busca por traçar os “encontros” que existiram nas falas das convidadas e no debate, serão relatados de forma descritiva uma série de apontamentos a partir do registro do seminário em questão e junto à minha leitura sobre os tópicos expostos nele pelas palestrantes.

Adriana Russi traz sua fala para o âmbito da “Mediação Cultural” e ressalta que não está falando de exposições de arte, de mediações em campos artísticos ou de museus de arte. Para inicio de conversa, traz palavras chaves e questões que sugiram na discussão do domingo (20/11/2016) em Niterói, dentro do contexto do Encontros. O campo da mediação cultural surge como “escuta”, “lugar de troca e aprendizagem” e uma “experiência que se constrói num processo”, assim, são “casos que vão se construindo”. E atenta para “em que medida esta escuta, essa troca de experiência permite as instituições, aos pesquisadores, aos mediadores, a esses outros grupos, também certa porosidade e co-influências”. Desta forma, a palestrante questiona nesta relação entre os envolvidos no processo de mediação o lugar de poder, de controle e autoridade por parte das instituições. E indaga sobre a autoria dos projetos e pesquisas que envolvem os sujeitos no processo de construção delas. A palestrante relembra como a própria ementa deste seminário apresenta que existem diferentes tipos e formas de mediação, discutidos por diferentes disciplinas, sendo um campo que “alude à fragmentação sociocultural em que ela é convocada a intervir”.

Cristiane Portela, que manifesta um estranhamento inicial pelo convite para participar de um evento sobre mediação nas artes, por ser da área de História, relaciona o conceito de “Mediação Cultural” com o de “História Pública” – um conceito amplo, que permite abrigar narrativas multifacetadas em favor da aproximação com outros saberes, outros públicos, outras histórias e possibilidades de narrativas.

Ambas convidadas dividiram suas falas em dois momentos. Primeiramente, seguiram um roteiro para uma discussão teórica, trazendo alguns questionamentos pensados a partir de suas experiências. Num segundo momento, recorrendo a imagens e vídeos, intencionaram mostrar algumas dessas experiências, relatando projetos com os quais estão ou estiveram envolvidas. Sendo eles plataformas para a construção de Histórias Públicas e Mediações Culturais.

A primeira convidada a ir para a mesa foi Adriane Russi, que realizou uma apresentação intitulada “Mediação cultural e as coleções etnográficas do Katxuyana: possíveis interfaces entre outros saberes”, na qual traz um pouco do caso que tem acompanhado. Antes de falar sobre o projeto, traz outros questionamentos sobre a mediação, que, se está acertada com base no diálogo, pergunta quem são esses interlocutores? E propõe pensar em que lugar estão e quais são as assimetrias que existem entre essas falas. Como dito no seminário, existem hierarquias, institucionalizadas ou não. Nas quais, porém, a proposta de mediação enquanto encontro parte de uma horizontalidade, de uma forma de tradução entre bases heterogêneas. Uma experiência que Adriana traz são as conversas que surgiram com o povo Katxuyana a partir de imagens dos artefatos de sua cultura que foram musealizados.

A fala de Cristiane Portela parte de uma apresentação intitulada “Fazer da História, História Pública: Sentidos e Itinerários em busca de outras narrativas audiovisuais”. Comenta que atua em espaços formais e não formais, que têm em comum serem lugares de memória, e colabora com alunos e orientandos que estão em comunidades de periferia urbana. Utiliza o termo “entre lugares” para se referir às vias que percorre. Além de comunidades de periferia urbana, atuou em comunidades tradicionais, no Arquivo Público do Distrito Federal e em centros de memórias. Dentro da produção audiovisual, lida com públicos diversos que trazem a temática histórica. Observa um problema que envolve sua formação ao lhe permitir nomear e classificar, diferentemente dos sujeitos envolvidos nas pesquisas. E pergunta: como efetivamente eu posso estabelecer diálogos com esses públicos, nos lugares em que eu transito e me fixo? Dessa forma, de acordo com a palestrante, seu percurso representa duplamente “trânsito” (indicando uma existência em lugares e situações que são multifacetados) e, ao mesmo tempo, “paragem” (em analogia com a História).

Ao se perguntar que História está fazendo, Cristiane parte de negações para enfatizar que o trabalho realizado não é a História Única, ou a História acadêmica, hierarquizada, muito menos a História Escolar, pedagogizada, que considera mais os conteúdos do que os sujeitos; que “traz conteúdos críticos enquanto ao mesmo tempo silencia os sujeitos que estão envolvidos neste processo”. Não é também a História dos vencidos.

Neste momento da fala, ouvimos a história acontecendo lá fora: OCUPA! OCUPA! Um coro grita da reitoria da UnB, próxima do memorial Darcy Ribeiro (conhecido como Beijódromo) onde o seminário aconteceu. Em seguida ao debate, uma das participantes volta de lá com a notícia de que, contrariamente à ordem de desocupação marcada para aquele dia, houve parecer favorável para mantê-la [1].

Esta demanda social por história e memória, a partir de outros mecanismos de construção de narrativas, intenciona conceder vozes e possibilita pensar desdobramentos de abordagens com os públicos. Cristiane aponta que as narrativas audiovisuais e fotográficas das quais ela fala surgiram por diversos questionamentos, no sentido de construir uma proposta diferencial que leva em consideração as condições de trânsito e dos novos sujeitos.

O diálogo, diferente de falar para si mesmo, de uma perspectiva etnocêntrica, permite que esses sujeitos falem de sua própria história, que conceituem e teorizem sobre si mesmos. O diálogo entre coleções, acervos, públicos e instituições aumenta e renova as possibilidades de narrativas e interpretações.

E os museus, oferecem aos públicos a oportunidade de participar deste diálogo? Em Museus como Zonas de Contato, James Clifford discute o risco de deixar que os “objetos falem por si”. O texto traduzido afirma que “a instituição precisa entender seu papel de plataforma de diálogos para provocar discussões transformadoras, ou seja, colocar-se como ponto de partida para a construção de conhecimentos, e não como ponto de chegada de ideias e pensamentos” [2].

Ao pensar o museu como meio e lugar do conhecimento, mas quepermanece em sua centralidade”, Adriana se apropria de ideias de Martin Grossmann, e o apresenta como “Interface”. O museu “ainda é hardware [...] ainda é um contêiner constituído de coisas”, sejam elas pinturas, esculturas, objetos etnográficos, isto é, coisas materiais. Se tomarmos o museu como Interface, a mediação assume inúmeras outras perspectivas. E propõe com as ideias do Martin “sair do lugar da cultura plantada pela materialidade para outra forma possível, uma cultura que interage cada vez mais com possibilidades de atuação, reflexão, que pode se dar sobretudo na virtualidades”. Operar criticamente questões patrimoniais e tornar o museu espaço de diálogo é reconhecê-lo enquanto espaço de autonomia dos públicos.  “Estamos na era de ações construídas de forma colaborativa”. A pesquisadora e o autor não propõem colocar a cultura material de lado, mas “[...] repensar novas formas de interação, conexão e não apenas de exibição. No museu como interface, os públicos não podem ser tomados como visitantes apenas receptores”.

Projetos

“A minha ideia vai ficar na filosofia de vocês” [3].

Ambas as pesquisadores apresentam projetos nos quais estão ou estiveram envolvidas, através de relatos, fotografias e vídeo. Apesar de serem trabalhos com propostas e produtos diferentes, a mediação e a história pública se aproximam sobretudo por considerarem os públicos no processo de construção destas narrativas, assim como no direcionamento de suas investigações. Se uma relaciona-se com a apropriação, no sentido de uma retomada de saberes, outra fala de protagonismo, em relação aos sujeitos, sempre que possível.

A pesquisa da Adriana com os katxuyana é um processo que ainda está em andamento, iniciado com um projeto de extensão em educação patrimonial da UFF em 2008 no município de Oriximiná no estado do Pará. Na fala, trata, entre outros assuntos, de museus etnográficos e outros públicos, com relação ao processo de acumulação de objetos, em alguns lugares bem cuidados, noutros não. Porém não se detém no deslocamento destes dispositivos para os museus, como afirma, nem na complexidade das questões que deste decorre. Sua fala chama a atenção para aqueles fazedores destes objetos, não eles próprios, mas seus descendentes vivos hoje.

Oriximiná é o 4° maior município em extensão territorial no Brasil, fica no oeste do estado do Pará. De acordo com a pesquisadora, o Povo Katxuyana é descrito na literatura como um grupo que era relativamente numeroso no século XIX. Mas que sofreu um grave processo de quase dizimação na passagem do séc. XIX para o XX, chegando, em 1968, a aproximadamente 60 pessoas. Nesta ocasião, auxiliados por missionários franciscanos, decidiram abandonar seu território e migrar para viver com outros povos. Em 2003, decidem re-ocupar esse território.

Seus estudos abordam a aldeia do Chapéu, com um grupo de formação de professores. E a partir do convite de um líder indígena para conhecer sua aldeia, a aldeia da Santidade, surge o tema de sua pesquisa de doutoramento, sobre a reconstrução de um tipo de edificação que os Katxuyana não faziam a décadas, que é a casa Carimiqui. Lá manifestou-se o que a pesquisadora expõe como uma obsessão por parte deles de saber dos objetos culturais de seu povo que foram musealizados, onde estão e o que falaram deles. Desta forma acontece certa apropriação do direcionamento da pesquisa.

Adriana descobre uma série de objetos guardados em museus dentro e fora do Brasil, sendo que a maior coleção está na Europa, citando os museus e alguns destes objetos na apresentação. Um deles foi um artefato plumário que estava exposto de cabeça para baixo, ao lado de um manto Tupinambá e de outros objetos oriundos de povos indígenas. A pesquisadora afirma que o trabalho então consistia em localizar estes objetos e fazer-lhes um registro fotográfico. Ressaltando que os museus em sua maioria não têm esse material disponível e que as coleções não são facilmente acessíveis.

Sendo assim, para que as coleções? – ela questiona. Afinal, estão lá, em equipamentos culturais que despendem tempo, gente, energia e dinheiro para a conservação destes objetos que estão geralmente engavetados. Sem a intenção de desqualificar a importância deste patrimônio material, quer pensar qual o sentido desses objetos hoje para essas pessoas hoje, para os Katxuyana. Desta forma, organizar esse material envolve “memória como momento de ativação do presente como projeto futuro”.

Um ponto chave na pesquisa eram os diálogos gerados a partir da exposição dessas informações para os e as Katxuyana. Este contato, nas conversas, e idas e vindas, desencadeou questões, a partir das quais surge o interesse pelos jovens katxuyana de aprender este conjunto de conhecimentos de sua própria cultura, configurados por meio de lembranças dos mais velhos.

O vídeo apresentado mostra relatos e cenas que narram a história deste povo, por parte dos mesmos, ainda que a concepção do filme seja da pesquisadora. E aborda a reconstrução da casa Carimiqui. “Nós tava aprendendo a usar outra cultura”. O trabalho envolveu um retorno aos saberes da cultura Katxuyana, um interesse deles no modo de viver antigo.

No debate, foi perguntada para onde vai caminhar o projeto, e se os Katxuyana poderiam chegar no ponto de pedir a repatriação desses objetos. Em resposta a este processo que acontece no mundo inteiro, Adriana disse que aqui no Brasil vários povos indígenas estão passando por um processo num certo sentido de objetificação do seu patrimônio e de sua cultura. Sendo a questão patrimonial uma chave, inclusive, para reivindicações como garantia de território e para lutas ambientais. Não soube se querem se apropriar destes objetos, mas estão interessados sim em se apropriar dessas informações e darem outro sentido a elas.

 

“Da nossa memória fabulamos nóis mesmos” [6]

Uma série de trabalhos foi relatada por Cristiane, desde experiências prévias a uma série intitulada “Outras Brasílias”, composta de oito filmes, divididos em três eixos pela autora: a) Etnicidades, Territorialidade e Sustentabilidade; b) Gênero e Sexualidade e c) Movimentos Sociais e seus novos sujeitos no DF. Os filmes abordam as comunidades Quilombola (Mesquita), Indígenas (TI Bananal, Ceilândia e Planaltina) e Cigana (Comunidade Calón de Sobradinho), a diversidade sexual, as mulheres, o cotidiano e a violência na construção de Brasília, a periferia urbana do DF, comunidades de terreiro, camponeses e ruralidades.

Um dos filmes mencionados, disponível no youtube, foi a experiência piloto “João de Arimatéia, O pioneiro” [4]. O filme tem 13 minutos e, a princípio, trata-se de uma entrevista com um pioneiro que veio pequeno para Brasília, em 1957-58, para trabalhar na construção. Descreve o povo que trabalhou na época, em destaque, os negros do Mesquita [5]. A entrevista é transmitida e articulada com imagens da época, retiradas do acervo público do DF.

O filme é uma entrevista ficcional inspirada em relatos orais de pioneiros da construção de Brasília e tem como fonte de consulta o Arquivo Público do DF e o Arquivo Nacional. Apresenta um panorama imagético sobre o tema, com fotografias, inclusive de carteiras de trabalho infantil e dados do censo de 1959. O roteiro de ficção inclui não atores, sendo o entrevistado filho de um pioneiro. A experiência surge de uma atividade chamada “Chá da memória”, na qual a pesquisadora levava cópias ampliadas de fotografias do Arquivo Público para as comunidades e perguntava quem conhece essas fotos, questionando também quem acessa esse material.

Esta antropologia experimental leva a narrativa histórica para múltiplos âmbitos e inclui novas mídias e plataformas como estratégia de produção e publicidade. “Agora a gente tem provas”, disseram para Cristiane mostrando a entrevista com o João de Arimatéia que haviam encontrado. “É um choque construir história através de ficção”, diz a pesquisadora, mas valeu pela explicação dada a eles do quilombo Mesquita. Suponho que questionou com a comunidade a História e seus desdobramentos e os motivos que levam a produção dessas narrativas visuais.

No debate, ao pedirem para Cristiane compartilhar exemplos dessas outras epistemologias agindo na maneira de contar história, a pesquisadora expõe que no Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT – UnB) utiliza a Pedagogia da Alternância [7]. E que a curiosidade etnográfica permite formas de narrar histórias que vêm de outra maneira de conceituar, como ocorre no relato de alunos que, no processo de pesquisa, utilizaram sua memória traumática. Do ponto de vista do conteúdo, um exemplo é a questão do suicídio, abordada por um jovem guarani-kaiowá residente de uma periferia urbana, que trata do RAP como forma de sustentabilidade cultural. E menciona que o problema desses jovens, além de viverem em um contexto urbano violento, é a retirada do território. Pois são negados externamente, por viverem em uma periferia urbana, e internamente, já que na estrutura tradicional não existe um lugar para eles. Com relação à teoria, levanta a questão sobre como não jogar uma carga teórica em uma aluna krahô de forma que ela não perca seus referenciais. Foi ainda mencionado que a primeira turma do MESPT ocupou a reitoria da UnB para reinvidicar o fato de terem que pedir autorização para fazer pesquisa nas suas próprias comunidades, considerado desnecessário e incoerente. A manifestação foi bem sucedida.

Dentro deste questionamento sobre outras normativas acadêmicas e os formatos finais das orientações, por se tratar de um mestrado profissional, ele efetivamente não é assumido pela universidade. Por outro lado, por ser um mestrado profissional, tem certa flexibilidade, possibilitando um leque de formatos para os produtos, resultando em muitas produções culturais. Porém, afirma a palestrante, que todos querem produzir um texto para legitimar suas pesquisas. E que há o estimulo de que realizem produtos para suas comunidades, alem de fazerem as defesas de mestrado lá e não apenas na universidade.

Referindo-se a esta produção de vídeos e imagens, Adriana toca no ponto da ética, que nos estudos culturais enfrenta dificuldades, já que nas universidades os comitês de ética são constituídos de pessoas em geral do campo da saúde. E enfatiza um compromisso, que é a necessidade de conversar e dialogar sobre o projeto com os sujeitos envolvidos nele.

Ainda que mencionado sobre a importância do protagonismo, uma preocupação comum nos estudos socioculturais é manifesta no receio de uma participante de que o cuidado com esses sujeitos caia para um extremo e invalide a Antropologia, invalide estudar outras culturas, a partir da ideia de que “somente eu posso falar de mim mesma”. Cristiane afirma que esta é uma questão fundamental e pergunta: em que medida pode-se dar vozes para esses sujeitos? A pesquisadora diz não querer se apropriar dessas vozes. Busca autores indígenas para responder sobre o indianismo. Dos textos faz um mapeamento para tentar responder a esses constructos, dialogando com eles, que podem construir o indianismo de forma contra-hegemônica. É preciso pensar como vamos construir outras narrativas que não reproduzam a lógica acadêmica tradicional, posiciona-se. Quando estamos em uma perspectiva acadêmica, é preciso cuidado com o protagonismo desses sujeitos.

Imagens possibilitam uma narrativa diferente de um texto e podem complementar certas discussões teóricas. As experiências relatadas, fossem de forma oral, por fotografias ou vídeos, perpassam por comprovações e permitem uma percepção sensível destas histórias. “Não existe a história verdadeira”, são retratos, recortes, colagens, que podem ser partidas para a descolonização do saber, contrapondo modelos diversos de dominação em busca de novas formas de relação social.

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[1] No dia 31/10/2016, em Assembléia Geral dos Estudantes da Universidade de Brasília, foi aprovada a ocupação imediata da Reitoria, contra a PEC 241 (55). De acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), mais de mil escolas de Ensino Médio, Institutos Federais e Universidades Federais e Estaduais foram ocupados em 2016, em diferentes lugares do país, como forma de resistência política. Dentre as pautas, além da insatisfação com o congelamento de investimentos em saúde e educação pelos próximos 20 anos, determinado pela PEC 241, estavam: a manifestação contra a Medida Provisória 746/2016 proposta pelo Governo Federal para uma reformulação do Ensino Médio, e que desrespeita o Plano Nacional de Educação (PNE); contra a terceirização de profissionais da educação; contra o projeto Escola Sem Partido (PL 867/2015), conhecido como lei da mordaça, e a reinvidicação do direito de ocupar o espaço público. Informações disponíveis em: <https://ubes.org.br/tag/primavera-secundarista/>, acessado em 23 de dezembro de 2016.

[2] CLIFFORD, James. Museus como Zonas de Contato. Periódico Permanente n°6, fev. 2016. Disponível em: <http://www.forumpermanente.org/revista/numero-6-1/conteudo/museus-como-zonas-de-contato>, acesso em 2 de maio de 2016.

[3] KOPENAWA, Davi Yanomami, autor do livro A queda do Céu.

[4] Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=N8lwCwMxWMQ>, acesso em 25 de novembro de 2016.

[5] O Quilombo Mesquita está situado próximo à capital do Brasil. Existe muito antes de Brasília, dizem que há mais de 200 anos, próximo a Santa Luzia, hoje Luziânia/GO.

[6] Frase que aparece após os créditos do filme Branco Sai, Preto Fica (2015) de Ardiley Queiroz. Uma mistura de relatos com ficção que aborda um episódio de violência policial ocorrido contra negros que curtiam o Black em uma casa de eventos no centro da Ceilândia/DF, no dia 5 de março de 1986.

[7] A Pedagogia da Alternância consiste em uma proposta de organização metodológica que mescla diferentes experiências educacionais repartidas em períodos e espaços distintos, a fim de promover uma formação em geral profissional. Como por exemplo, em uma área rural, a divisão entre um regime de internato na escola (de difícil acesso para estes públicos) e projetos executados em casa.