Decolonizando Museus e exposições sobre os indígenas Ainu no Japão
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Relato Crítico | cobertura |
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29/05/2023
Esta apresentação examina a prática de decolonização de museus. Ela se centra especialmente nas exposições de museus relacionadas aos indígenas Ainu e promove a consciência museal em relação à questão da decolonização da cultura Ainu.
Os Ainu, primeiros ocupantes do norte do Japão, foram colonizados e marginalizados pelos japoneses durante séculos. Eles também foram reunidos, exibidos e submetidos à alteridade em exposições e mostras de museus. Enquanto isso, o povo Ainu criou algumas coleções como parte de seu movimento étnico. Além de guias/anfitriões Ainu organizarem turismo étnico nos próprios assentamentos.
Em 2020, o Museu e Parque National Ainu Upopoy foi inaugurado como o primeiro museu nacional especializado na cultura Ainu. Embora o movimento para estabelecer um museu nacional tenha começado antes, ele se tornou parte da campanha do governo para mostrar a diversidade da cultura japonesa ao público internacional somente após a candidatura do Japão aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio 2020. O museu adotou vários métodos para decolonizar a representação anterior da cultura Ainu. No entanto, desde sua inauguração, o museu recebeu muitas críticas, especialmente devido à sua abordagem de contar histórias a partir de uma perspectiva em primeira pessoa dos Ainu.
As exposições dos museus são mídias que transmitem as mensagens dos museus diretamente ao público; elas também são locais de tensão, negociação e contestação entre as partes interessadas. Assim, esta apresentação tem como objetivo analisar o processo mencionado acima, no qual a complexidade da decolonização dos museus está em jogo. Ela também avaliará outras exposições de museus sobre a cultura Ainu para comparação e avaliará como as práticas dos museus mudaram ao longo do tempo.
O encontro também abriu espaço para a realidade brasileira quanto à decolonização, com apresentações sobre museus criados por povos indígenas e sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo. Os participantes indígenas foram: a assistente de pajé kaingang Susilene Elias de Melo, uma das responsáveis pelo Museu Worikg, criado a partir do acervo de sua avó, Jandira Ubelino, na Terra Indígena Vanuíre, no município de Arco-Íris, SP; e Suzenalson da Silva Santos , doutorando em história social na UFC e coordenador do Ponto de Cultura: Memorial Museu Indígena Kanindé, localizado na Aldeia Sitio Fernandes, em Aratuba, CE.
Exposição:
Mariko Murata (Kansai University)
Mediação:
Ilana Goldstein (Unifesp)
Debatedores:
Michiko Okano (Unifesp)
Sandra Mara Salles (Museu Afro Brasil)
Susilene Elias de Melo (Museu Worikg)
Suzenalson da Silva Santos (Museu Kanindé)
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