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Emanoel Araújo

(Santo Amaro da Purificação, 15 de novembro de 1940 — São Paulo, 7 de setembro de 2022)

Emanoel Araujo, artista plástico baiano, nasceu numa tradicional família de ourives, aprendeu marcenaria, linotipia e estudou composição gráfica na Imprensa Oficial de Santo Amaro da Purificação. Em 1959 realizou sua primeira exposição individual ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.

Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte recebeu o prêmio provindo da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia (1981-1983). Lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).

Expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas.

Foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002). Foi durante a sua gestão que a Pinacoteca se torna um "museu de arte global", seja pela audaciosa exposição do escultor impressionista Rodin em 1995 (atraindo 150 mil visitantes em 40 dias), seja pelo fato do museu ocupar definitivamente todo o edifício projetado por Ramos de Azevedo  (1897-1900), como também e principalmente por ganhar uma "nova arquitetura" (1993-1998) projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Emanoel também foi o idealizador e fundador do Museu Afro Brasil (2004), onde exerceu o cargo de Diretor Curador até a sua morte. Em 2005, exerceu, por um período de 100 dias,  o cargo de Secretário Municipal de Cultura.

Em 2007 foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição Autobiografia do Gesto, que reuniu obras de 45 anos de carreira.

Durante sua gestão no Museu Afro Brasil, a exposição “Africa Africans”, da qual foi  curador, foi premiada como melhor exposição de 2015 pela ABCA.

Como curador independente, sua exposição “Francisco Brennand Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo” recebeu o prêmio Paulo Mendes de Almeida, como a melhor exposição realizada no país no ano de 2017.

Emanoel Araujo foi entrevistado pelo historiador da arte alemão Hans Belting em 2008, por ocasião do evento A virada global da Arte Contemporânea nas Coleções Brasileiras, evento esse organizado pelo Goethe-Institut São Paulo, ZKM | Centro de Arte e Mídia Karlsruhe, Alemanha e o Fórum Permanente de Museus de Arte. Nesta entrevista Emanoel não só discute o papel da arte contemporânea no Brasil, como também nos fornece uma visão profunda sobre a criação desta instituição única em todo o mundo.

Essa entrevista se encontra no livro:

 

Homenagem de Matin Grossmann: Um filho de Ogum que sonhava em ser filho de Xangô

Grossmann homenageia a coragem, a força e a inquietude de Emanoel Araújo, artista, pensador e fundador do Museu Afro Brasil

Por Jornal da USP, 14/09/2022.

 

Artigo: Emanoel Araujo e a mão negra que talhou o Brasil

Um dos maiores artistas do Brasil, Emanoel Araújo conseguiu demonstrar que o afro-brasileiro poderia ser a chave para entender o país. O Museu Afro-Brasil, que ele criou e dirigiu até o fim da vida, é seu maior legado.

Por DW Brasil, 09/09/2022.